Bioma amazônico foi o mais afetado pelo fogo entre janeiro e dezembro de 2023. País teve aumento de 6% nas queimadas em relação a 2022 e teve o pior dezembro desde 2019, segundo o Monitor do Fogo. Gif – queimadas na Amazônia
Nilmar Lage/Greenpeace/Divulgação
Mais de 17,3 milhões de hectares de floresta foram queimados no Brasil em 2023 – área maior que o Acre e o Ceará. Segundo dados da plataforma Monitor do Fogo do MapBiomas, o Pará foi o estado onde mais teve destruição no ano.
O índice mostra que houve aumento em relação a 2022, quando 16,3 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo. O crescimento foi de 6% – correspondendo a 2% do território nacional.
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De acordo com o MapBiomas, o pico das queimadas ocorreu entre os meses de setembro e outubro em 2023, com 4 milhões de hectares atingidos pelo fogo em cada mês.
Em dezembro foram 1,6 milhão de hectares queimados no país – foi o pior dezembro desde 2019. Os especialistas atribuem o aumento às queimadas no bioma amazônico.
Os dados mostram que a Amazônia foi o bioma mais afetado pelo fogo, seguido do Pantanal e do Cerrado.
Na Amazônia, foram 1,3 milhão de hectares queimados, um aumento de 463% em relação ao mês do ano anterior. No Pantanal a área queimada em 2023 foi o triplo do que em 2022.
No Pará, foram 658.462 de hectares de área de floresta consumida pelo fogo, seguido do Maranhão (338.707 hectares) e de Roraima (146.340 hectares).
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El Niño
Ane Alencar, diretora de Ciência no IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, afirma que “em 2023, o fenômeno El Niño desempenhou papel crucial no aumento dos incêndios florestais na Amazônia”.
“Esse fenômeno climático elevou as temperaturas e deixou a região mais seca, criando condições favoráveis à propagação do fogo. Se não fosse a redução de mais de 50% no desmatamento, diminuindo uma das principais fontes de ignição, com certeza teríamos uma área bem maior afetada por incêndios na região.”
No Pará, a área queimada em dezembro aumentou 572% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Pastagens são as mais afetadas
Em 2023, o MapBioma aponte que as pastagens corresponderam ao uso da terra mais afetado pelo fogo (28%).
Em seguida, as áreas mais afetadas foram vegetação nativa, formação campestre (vegetação com predomínio de gramíneas e outras plantas herbáceas), com 19%; e formação savânica (vegetação com árvores distribuídas de forma esparsa e em meio à vegetação herbáceo-arbustiva contínua), com 18% do total da área queimada.
O que é o Monitor do Fogo?
O Monitor do Fogo é o mapeamento mensal de cicatrizes de fogo para o Brasil, abrangendo o período a partir de 2019, e atualizados mensalmente.
Baseado em mosaicos mensais de imagens multiespectrais do Sentinel 2 com resolução espacial de 10 metros e temporal de 5 dias.
A plataforma revela em tempo quase real a localização e extensão das áreas queimadas, facilitando assim a contabilidade da destruição decorrente do fogo.
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