Eduardo Paul Cunha – Foto: Divulgação/ND
O empresário Eduardo Paul Cunha, ex-presidente da Multimoney Corretora de Câmbio e conhecido por ter transformado a cena noturna de Santa Catarina com o Green Valley, teve o processo em que era investigado por gestão fraudulenta de instituição financeira e outros crimes arquivado por falta de provas. A decisão foi proferida pela 1ª Vara Federal de Florianópolis.
Duda, como é carinhosamente chamado pelos amigos e familiares, foi preso pela Polícia Federal em 2018, por ordem da juíza Janaina Cassol Machado, e ficou encarcerado por 90 dias, mesmo com posicionamento contrário por parte do Ministério Público Federal.
A juíza é a mesma que mandou prender o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier Olivo, comprovadamente inocente, que tirou a própria vida por não suportar a humilhação.
Durante o processo, Eduardo Paul Cunha chegou a ser investigado por crimes que, na verdade, diziam respeito ao ex-deputado federal Eduardo Cunha, seu homônimo.
Ao longo de seis anos, pareceres do Ministério Público e relatórios do Banco Central, que indicavam a inexistência de irregularidades na Multimoney e afastavam a hipótese de crime, foram ignorados ou desconsiderados pela juíza do caso. Em agosto de 2023, ela foi afastada das suas funções pelo Conselho Nacional de Justiça, em razão de sua conduta em outro processo.
As investigações, inicialmente fundamentadas em interpretações de oito e-mails sobre procedimentos rotineiros do mercado financeiro, foram fragilizadas pela ausência de sua apresentação na versão original, pois foram extraviadas.
Em toda sua existência, a Multimoney e seus gestores nunca sofreram qualquer autuação administrativa por parte do Banco Central do Brasil, autoridade máxima de fiscalização do mercado financeiro.
O desconhecimento dos investigadores sobre regras do mercado financeiro cambial acabou criminalizando procedimentos banais e, quando eles foram intimados para apresentar esses e-mails na íntegra, a fim de oportunizar a defesa e a comprovação da legalidade, uma vez que estavam desmembrados nos autos, responderam que haviam extraviado o material.
Com o arquivamento do processo, restabelece-se a verdade e a dignidade de Duda Cunha, que sempre acreditou na Justiça e na força do direito. A decisão marca o fim de um capítulo doloroso, mas reforça a importância do devido processo legal, da imparcialidade e da responsabilidade nas ações do sistema judiciário. Todas as nuances e pormenores aviltantes deste processo, possivelmente serão abordadas em um podcast que Duda irá produzir futuramente.