Delegado e advogados são suspeitos de aplicar fraude de R$ 16 mi no INSS usando venezuelanos

Polícia Federal apura possível nova fraude no INSS – Foto: Divulgação/ND
Um dia após vir a tona um possível desvio superior a R$ 6 bilhões no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), revelado pela operação Sem Desconto, de quarta-feira (23), a Polícia Federal deflagrou outra operação e chegou ao que pode configurar uma nova fraude no INSS. O esquema agora envolveria idosos venezuelanos.
Durante buscas e apreensões realizadas nesta quinta-feira (24), na operação Cessatio, a PF teve como alvos oito pessoas suspeitas de integrar a rede de corrupção. As fraudes envolviam principalmente o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e o Bolsa Família.

Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima. Os mandados atingiram sete escritórios de advocacia e um delegado de polícia, investigados por participação direta nas fraudes. As identidades dos suspeitos não foi revelada até o momento.
Operação contra fraude no INSS é desdobramento de ação iniciada em 2024
Segundo a PF, a operação Cessatio é um desdobramento da Operação Ataktos, realizada em outubro de 2024, que investigou um esquema que usava venezuelanos não residentes no Brasil para obter benefícios sociais indevidamente.
Venezuelanos não residentes no Brasil seriam alvo dos suspeitos de operar nova fraude no INSS – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/ Divulgação/ND
Os suspeitos cooptavam idosos venezuelanos, falsificavam documentos e realizavam cadastros fraudulentos para simular residência no Brasil e, assim, acessar os programas assistenciais.
O BPC é destinado a pessoas a partir de 65 anos ou com deficiência, e garante um salário mínimo mensal àqueles que comprovarem não possuir meios de se sustentar. Já o Bolsa Família atende famílias em situação de pobreza, com renda per capita inferior a R$ 218 mensais, cadastradas no CadÚnico (Cadastro Único).
PF investiga desvio de R$ 16 milhões em suposta nova fraude no INSS – Foto: Polícia Federal/Reprodução/ND
Com a operação, a Polícia Federal pediu à Justiça Federal o bloqueio de bens e valores dos investigados, além da suspensão de atividades econômicas. Segundo a PF, os danos estimados podem chegar a R$ 16 milhões.
Operação envolvendo o BPC ocorre um dia após afastamento do presidente do INSS
Esta nova ação da PF ocorre um dia após a operação Sem Desconto que levou ao afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Na quarta-feira (23), a Polícia Federal e a CGU (Controladoria-Geral da União) deflagraram uma operação contra entidades suspeitas de cobrar mensalidades indevidas de aposentados e pensionistas em 13 estados e no Distrito Federal.
Segundo as investigações, os desvios praticados entre 2019 e 2024 podem ter causado prejuízo de até R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos.

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