Por que está cada vez mais difícil conviver com as pessoas? Especialistas explicam

Está cada vez mais difícil conviver com as pessoas, pois as dinâmicas sociais estão mudando rapidamente – Foto: Getty Images/iStockphoto/ND
Você já deve ter notado como as interações sociais estão se tornando mais desafiadoras. Mas, essa percepção não é apenas uma impressão pessoal.
Muitas pessoas relatam dificuldades em fazer novos amigos ou manter diálogos com antigos conhecidos.​

Por que está cada vez mais difícil conviver com as pessoas?
Estudos e especialistas apontam que essa dificuldade em conviver com as pessoas é real e tem fundamentos concretos.
Diversos estudos apontam para fatores específicos que, juntos, ajudam a explicar por que a convivência tem se tornado uma tarefa árdua na atualidade.
Falta de confiança
A confiança mútua está em declínio, o que torna cada vez mais difícil conviver com as pessoas e formar novas amizades – Foto: Freepik/ND
A confiança mútua, base das relações sociais, está em declínio, dificultando a formação de novas amizades na vida adulta.
Um estudo da Universidade de Tecnologia de Sydney mostra que, após experiências negativas, adultos, especialmente mulheres, relutam mais em confiar em novas pessoas.
Impacto digital
O aumento do tempo em frente às telas prejudica as habilidades de interação.
O cirurgião-geral, Vivek Murthy, já alertou que o uso excessivo de mídias sociais pode diminuir a capacidade dos jovens de manter conversas presenciais, levando à solidão.
Especialistas apontam que o aumento do isolamento digital contribui para o fato de estar mais difícil conviver com as pessoas – Foto: Freepik/ND
Pesquisas, como a da Universidade do Arizona, mostram que dificuldades em conversar ou apoiar os outros estão ligadas a mais estresse e piora da saúde.
O uso excessivo de mensagens de texto pode atrapalhar o desenvolvimento dessas habilidades sociais importantes.
Polarização e bolhas
De acordo com o psicólogo Eduard Ezeanu, a crescente polarização ideológica, intensificada por algoritmos que criam “câmaras de eco”, tem dificultado o diálogo entre pessoas.
Ao sermos expostos repetidamente a opiniões iguais às nossas, o que reforça o viés de confirmação, perdemos a habilidade de compreender e interagir de forma construtiva com pontos de vista diferentes, o que torna as conversas mais tensas e menos produtivas.
Rotina casa/trabalho
Segundo a revista Time, espaços informais essenciais para a socialização, como cafés, clubes e praças, têm diminuído em diversos lugares.
Com a vida cada vez mais agitada, muitas pessoas preferem não sair de casa, buscando conforto e segurança em seu espaço – Foto: Freepik/ND
A ausência desses “terceiros lugares”, ambientes neutros fora de casa e do trabalho, contribui para a fragmentação das relações sociais e o aumento da solidão.
Mudanças no ciclo de vida
Após os 30 anos, responsabilidades profissionais e familiares costumam crescer, deixando menos tempo e energia para fazer novos amigos.
Segundo a Universidade Obertada Catalunha, as conexões sociais tendem a atingir o auge aos 25 anos e diminuem gradualmente depois disso.
Solidão
Pesquisadores da Universidade de Bonn identificaram que o cérebro de indivíduos solitários pode apresentar menor resposta a interações sociais positivas e maior dificuldade em confiar, criando um ciclo vicioso de isolamento que dificulta a reconexão.
Caminhos para melhorar a convivência
Embora seja cada vez mais difícil conviver com as pessoas, pequenas atitudes podem melhorar as interações sociais – Foto: Freepik/ND
Todos esses fatores combinados mostram que a sensação de ser mais difícil conviver com as pessoas reflete uma realidade complexa.
Reconhecê-los é o primeiro passo para uma mudança. Investir em interações presenciais, no desenvolvimento de habilidades sociais e na empatia cotidiana, segundo especialistas, pode ser o caminho fundamental para diminuir essas dificuldades.

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