Pagamento da malha fina do Imposto de Renda é feito na conta ou na chave Pix do tipo CPF informada na declaração – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil/ND
Quem caiu na malha fina do Imposto de Renda 2025 e regularizou as pendências será reembolsado nesta quarta-feira (30). A Receita Federal paga o lote de restituição de abril a cerca de 280 mil contribuintes.
Ao todo, serão pagos R$ 339,63 milhões, dos quais R$ 180,27 milhões serão destinados àqueles com prioridade no reembolso. Os contribuintes com mais de 80 anos, pessoas com deficiência, cidadãos que optaram pela restituição por Pix e que utilizaram a declaração pré-preenchida receberão primeiro.
Os valores podem ser consultados na página ou aplicativo da Receita Federal, na aba “Meu Imposto de Renda”, no botão “Consultar a Restituição”.
A malha fina do Imposto de Renda, nome popular da malha fiscal, é a retenção da declaração para análise mais profunda, quando há divergências entre as informações enviadas pelo contribuinte e dados obtidos de outras fontes pela Receita Federal.
O contribuinte cai na malha fina do Imposto de Renda quando as informações declaradas divergem dos dados obtidos pela Receita – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Quem cai na malha fiscal deve apresentar documentos que comprovem a veracidade das informações ou corrigir a declaração. Enquanto não regularizar as pendências, o cidadão não recebe a restituição.
Como é feito o pagamento da malha fina do Imposto de Renda?
O pagamento da malha fina do Imposto de Renda será feito na conta ou na chave Pix do tipo CPF que o contribuinte informou. Caso não apareça na lista, deve entrar em contato com o e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte) para tirar o extrato da declaração.
Cidadãos têm até 30 de maio para realizar a declaração – Foto: Canva/ND
Se o cidadão verificar uma pendência, pode enviar uma declaração retificadora e esperar os próximos lotes da malha fina do Imposto de Renda. Caso a restituição não for depositada na conta informada na declaração, os valores ficarão disponíveis para resgate no Banco do Brasil pelo prazo de um ano.
Quem não resgatar o valor da restituição após um ano deverá solicitar no Portal e-CAC. Basta acessar o menu “Declarações e Demonstrativos”, selecionar “Meu Imposto de Renda” e clicar no campo “Solicitar restituição não resgatada na rede bancária”.
Calendário de pagamento da restituição do Imposto de Renda 2025
1º de abril — início da declaração pré-preenchida
30 de maio — último dia para realizar a declaração (23h59)
30 de maio — 1º lote de pagamento
30 de junho — 2º lote de pagamento
31 de julho — 3º lote de pagamento
29 de agosto — 4º lote de pagamento
30 de setembro — Último lote de pagamento
Veja os 5 erros mais comuns que levam contribuintes à malha fina do Imposto de Renda
Último lote de restituição da malha fina do Imposto de Renda será pago em 30 de setembro – Foto: Marcello Casal Jr_Agência Brasil
1. Deduções em despesas médicas
As deduções estão entre os principais motivos que levam os contribuintes à malha fina do Imposto de Renda, principalmente em questões ligadas a despesas médicas. Quando elas são declaradas, porém, não são confirmadas pelas clínicas ou hospitais, é apontada uma inconsistência. É importante guardar os comprovantes por pelo menos cinco anos.
Neste ano, os recibos médicos só poderão ser enviados eletronicamente, por meio do aplicativo da Receita Federal. Segundo o Fisco, a medida visa eliminar inconsistências nas declarações de Imposto de Renda, exigindo que profissionais de saúde o aplicativo do órgão para emitir os recibos, o que alimenta a base de dados.
2. Omissão de rendimentos
Dinheiro pago por serviços que não for declarado também causam problemas para o contribuintes, especialmente quando é para trabalhos, “bicos” e outros serviços esporádicos em que há recebimento de valores. Deixar de declarar esses rendimentos ou informá-los de forma incorreta gera inconsistências. É sempre importante guardar recibos quando esse tipo de serviço for realizado.
Os erros relacionados à omissão de rendimentos são mais comuns entre profissionais autônomos. A omissão de rendimentos de dependentes, especialmente de filhos com estágios ou empregos informais, também é uma situação recorrente e pode levar o contribuinte à malha fina.
3. Diferenças no IRRF
O IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) é uma forma de pagamento de tributo realizado por uma empresa diretamente na folha de pagamento de um colaborador CLT. Diferenças entre os valores declarados e os informados pelas empresas também levam o contribuinte para a malha fina.
4. Rendimentos acumulados
Outro erro a ser evitado são as diferenças entre as informações fornecidas sobre rendimentos recebidos acumuladamente pelas fontes pagadoras e as declaradas pelos contribuintes. Valores recebidos em ações trabalhistas e revisões de aposentadoria devem ser informados corretamente, já que a Receita Federal não fornece informe de rendimentos nesses casos.
O contribuinte é responsável por organizar e declarar esses dados. Caso haja inconsistências entre o que foi informado e as informações que a Receita Federal possui, a declaração pode ser retida para verificação.
5. Carnê-leão
O Carnê-leão é uma forma que a Receita Federal recolhe o Imposto de Renda para os trabalhadores que recebem seus pagamentos do exterior ou por meio de pessoas físicas – ou seja, quando a fonte pagadora não é um CNPJ brasileiro que declara o imposto direto na fonte.
Para evitar inconsistências, é importante manter todos os informes de rendimentos e documentos que comprovem os ganhos. Caso divergências nos valores declarados pelos pagadores e pelos contribuintes sejam notadas, a declaração é retida na malha fina do Imposto de Renda.