O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu uma tacada de mestre nesta semana ao pautar o parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que defendia a suspensão da ação penal do STF (Supremo Tribunal Federal), contra do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Gregos e Troianos no mesmo campo de batalha – o plenário da Câmara -, votaram na proposta de resolução. Com 315 votos favoráveis e 143 contrários, a matéria foi aprovada por maioria. A decisão foi pela suspensão da ação penal que corre no STF.
Hugo Motta assume controle e se mantém bem com a direita – Foto: Saulo Cruz/Agência Senado/ND
Mas a atuação de Hugo Motta parece estar alinhada a necessidade de restabelecer o equilíbrio, já que as últimas tomadas de decisão não agradaram deputados de direita.
A primeira foi o não cumprimento da promessa em pautar o projeto de lei da anistia; a segunda teve como ponto central o pedido de afastamento de Gilvan da Federal (PL-ES).
Com a votação da resolução, também era sabido pelo presidente da Câmara que o STF iria reagir e que a decisão caberia à Corte Suprema. Com esse cenário, a situação fica mais confortável para Motta, que ganha um respiro na pressão que vinha sofrendo de liberais e opositores ao governo.
Hugo Motta também prepara o campo no legislativo federal para enfrentar a pressão pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os desvios bilionários do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
Hugo Motta busca manter equilíbrio político na Câmara – Foto: Kayo Magalhaes/Câmara/ND
A regra estabelecida pela mesa diretora, é que segui a ordem de protocolo dos pedidos de instalação de CPIs. Desde 2023, quando a atual legislatura assumiu, já constam no sistema da Câmara Federal 17 requerimentos. Com isso, não há prazo para que o mais novo pedido seja analisado.
Hugo Motta mantém diálogo
Tanto esquerda, quanto a direita, tem reconhecido o poder de diálogo do presidente Hugo Motta. Também não é à toa. O presidente tem pela frente embates ideológicos que estarão em evidência nas eleições de 2026.
Criticado por prioridades de pautas, Hugo Motta planeja 2026 na Câmara – Foto: Bruno Spada/Câmara/ND
O poder de articulação de Motta pode contribuir para que a Câmara não tenha mais prejuízos com pautas importantes para o ano que vem. Ao pautar votação para aumento das cadeiras de deputados e a sustação do ato penal, Hugo Motta foi duramente criticado por prioridades de pautas.
