Caro (a) leitor (a)
“Viajar é mudar a roupa da alma”, dizia Mário Quintana, meu poeta favorito. E como ele, também acredito que há algo profundamente transformador em deixar o endereço de sempre e embarcar, com o coração aberto, para lugares que nos vestem por dentro.
Como boa sagitariana que sou — e não por crença em horóscopo, mas por identificação mesmo —, me reconheço nesse apetite voraz por experiências que nos levem além: além das fronteiras físicas, mentais e espirituais. E é por isso que viajar não é só um hobby: é quase uma necessidade existencial.
Tenho a sensação de que nunca vou me conformar com o conhecido. A rotina pode ser uma jaula. Me sinto viva quando estou com as passagens emitidas, um mapa no celular e a possibilidade de descobrir novos mundos — tanto externos quanto internos.
E quando falo em viagem, não me refiro só ao lazer. Cada deslocamento carrega um significado — um mergulho em culturas, filosofias, idiomas, sabores e formas diferentes de enxergar o mundo. Viajar alimenta meu espírito curioso e livre. Um destino nunca é só um destino — é uma chance de crescer, aprender e expandir a consciência.
Hoje, enquanto você lê esse artigo, estou fazendo uma road trip com meu filho. Talvez regida por esse espírito sagitariano, mas vai muito além das milhas rodadas. É quase como um diário aberto entre um voo e outro, uma curva e outra da estrada. São momentos fora da nossa rotina que abrem espaço para conversas, risadas espontâneas, silêncios compartilhados e descobertas sobre nós mesmos — e um sobre o outro.
Um destino nunca é só um destino — é uma chance de crescer, aprender e expandir a consciência – Foto: Pixabay
Essa viagem tem um gosto de reencontro. Mais do que apresentar lugares novos — e reencontrar amigos que fizeram parte da minha jornada — essa viagem é uma forma de costurar pedaços da minha história e oferecer ao meu filho um mapa afetivo da minha trajetória. Morei durante cinco anos nos Estados Unidos — e voltar aqui com ele é como revisitar uma antiga versão de mim mesma, com novos olhos e outro coração.
Tem algo de bonito em retornar aos lugares onde já fomos felizes, agora com quem a gente mais ama ao lado. É como se o tempo se dobrasse sobre si mesmo e dissesse: “olha onde você chegou”.
Uma história de vida que não fala só sobre viajar, mas sobre o que deixamos para trás e o que levamos conosco — principalmente quando o que nos move é a liberdade de ser e sentir.
No fim das contas, mais do que mapas ou roteiros, o que vale é o que essa estrada costura entre nós dois. Viajar é isso: mudar a roupa da alma, sim, mas também dobrar com carinho o que somos e guardar dentro da mala o que realmente importa.
E talvez, ao ler estas linhas, você também se lembre de uma viagem que te transformou. Um lugar, uma companhia ou um momento que te vestiu por dentro. Lembre-se: “Viajar não é uma recompensa pelo trabalho, é educação para a vida”
Se isso aconteceu, então esse texto também é sobre você.
Retorne com uma bagagem invisível
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