Jair Bolsonaro em entrevista – Foto: UOL/YouTube/Reprodução/ND
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (14) que, se estivesse no Brasil no dia 8 de janeiro de 2023, “estaria preso até hoje e talvez até morto”. Nessa data, apoiadores invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília.
Em entrevista ao portal UOL, Bolsonaro explicou que decidiu sair do país porque não queria participar da cerimônia de posse do presidente Lula (PT).
“Graças a Deus eu saí do Brasil. Eu não ia passar a faixa para o Lula. Se fosse, tomaria uma vaia enorme. Ninguém duvida disso, e eu não ia me submeter a isso”, afirmou.
Acusações contra Bolsonaro incluem golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado democrático de direito – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ele também disse acreditar que ainda querem prendê-lo ou até matá-lo. Quando foi questionado sobre quem estaria por trás disso, respondeu que não tem provas e, por isso, não pode acusar ninguém, mas afirmou que essas pessoas estão “protegidas pelo sistema”.
Bolsonaro comentou ainda uma das acusações feitas pela PGR (Procuradoria-Geral da República), que o responsabiliza por danos ao patrimônio público no 8 de janeiro. Ele negou envolvimento e disse: “Como eu poderia depredar alguma coisa se eu estava na Disney?”
Defesa de Bolsonaro pede adiamento de audiências sobre tentativa de golpe
A equipe jurídica de Bolsonaro pediu nesta terça-feira (13) ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que adie as audiências com testemunhas do processo que investiga a tentativa de impedir a posse de Lula para o terceiro mandato.
Esses depoimentos devem começar na próxima segunda-feira (19), com os ex-comandantes das Forças Armadas: Freire Gomes (Exército) e Batista Júnior (Aeronáutica).
Defesa de Bolsonaro pede ao STF o adiamento de audiências sobre suposta tentativa de golpe – Foto: STF/ND
Segundo os advogados, a defesa ainda não teve acesso completo às provas reunidas pela Polícia Federal, mesmo após uma decisão de Moraes determinando o envio de todo o material. Por isso, pedem mais tempo para analisá-las.
“Iniciar a instrução sem que a defesa conheça aquilo que não interessou à acusação é impedir que qualquer alternativa surja nos autos. E, dessa forma, é terminar o processo sem que o transcorrer deste possa alterar as convicções hoje abraçadas”, argumentaram os advogados.
Os principais depoimentos devem ser tomados no dia 30 deste mês, data na qual o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto e o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello vão falar na audiência marcada por Moraes. Todos foram indicados por Bolsonaro.
Em março deste ano, Bolsonaro e mais sete denunciados pela trama golpista viraram réus no STF e passaram a responder a uma ação penal pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.