
Número equivale a caminhar uma distância entre quatro e cinco quilômetros e pesquisa sugere uma melhora exponencial a cada 1.000 passos a mais incluídos na rotina. Caminhar ao menos 7 mil passos por dia pode reduzir em média 31% os sintomas de depressão, de acordo com um estudo divulgado pelo periódico científico JAMA no final de 2024. As novas informações sobre o tema podem abrir caminho para diferentes abordagens de tratamento e prevenção à depressão.
Na pesquisa, acadêmicos da Universidade de Castilla-La Mancha e de outras quatro instituições revisaram 33 estudos compilados ao longo do período entre julho de 2023 e maio de 2024 que analisavam a correlação entre atividade física e depressão. O número de passos diários foi escolhido como medida por ser considerado uma forma simples e intuitiva de ilustrar a atividade física.
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A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estima que 300 milhões de pessoas sofram de depressão
Getty Images via BBC
Benefícios aumentam a cada mil novos passos
Para chegar a essas conclusões, foi levado em consideração os dados de aproximadamente 96 mil pessoas entre 18 e 91 anos de 13 países diferentes que possuiam o diagnóstico clínico de depressão ou que relatavam possuir sintomas associados à doença. Desse total, 54,5% eram mulheres e 45,5% homens.
Com o auxílio de pedômetros ou acelerômetros, foi possível concluir que a média geral de passos do grupo variou entre 2.931 e 10.378. Com esses valores em mãos, foi possível traçar uma linha de corte que deu aos pesquisadores as ferramentas necessárias para encontrar as principais diferenças na saúde mental a partir dos 7 mil passos.
Entre as outras conclusões, está a de que se o número de passos diários sobe para 7.500, a melhora nos sintomas de depressão saltam para 42%. E que para cada mil passos a mais na rotina, o ganho é de 9%.
Brasil é o país mais depressivo da América Latina
A depressão é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um transtorno mental frequente e capaz de interferir de forma importante na vida diária. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estima que 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram da doença e a reconhece como a principal causa de incapacidade em todo o mundo.
Ela é multifatorial e resultado de questões físicas, psicológicas e biológicas, comumente, mas não exclusiva, diagnosticada em pessoas que passaram por episódios extremos como luto, traumas ou desemprego.
Olhando de forma regional, a OMS aponta o Brasil é o país com mais casos de depressão na América Latina e essa situação já é vista em números dentro do mercado de trabalho do país.
Em março deste ano, o g1 divulgou com exclusividade dados do Ministério da Previdência Social e em 2024, foram 472.328 licenças médicas concedidas por doenças de saúde mental. Esse número representa um aumento de 68% em 10 anos, pois em 2014, foram registrados 221.721 afastamentos do tipo.
Dentro desse total referente a 2024, 113.604 foram por conta de depressão e 52.627 por depressão recorrente. O estado de São Paulo apresenta o maior número de afastamentos do tipo, com 30.535 licenças médicas por causa da doença.
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