Cerrado lidera desmatamento no Brasil em 2024, apesar da queda nacional

Cerrado lidera desmatamento no Brasil em 2024, apesar da queda nacionalTiago Fernandes

Mesmo com a redução geral do desmatamento no Brasil em 2024, o Cerrado se manteve como o bioma mais afetado pela perda de vegetação nativa. Segundo o Relatório Anual do Desmatamento (RAD), elaborado pelo Mapbiomas, cerca de 652 mil hectares foram desmatados no Cerrado, o que representa mais da metade do total nacional. A região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentrou 75% da devastação nesse bioma e 42% da perda de vegetação nativa em todo o País.

No panorama nacional, cinco dos seis biomas brasileiros apresentaram redução no desmatamento em comparação a 2023. O Pantanal teve a maior queda (58,6%), seguido pelo Pampa (42,1%). A Amazônia e a Caatinga também registraram reduções, enquanto a Mata Atlântica foi o único bioma com aumento, de 2%, devido principalmente a eventos climáticos extremos. No total, o Brasil perdeu 1.242.079 hectares de vegetação nativa e emitiu 60.983 alertas de desmatamento.

Apesar da redução, a devastação segue concentrada em duas grandes regiões: Cerrado e Amazônia, que juntos responderam por mais de 89% da área desmatada em 2024. As formações de savanas, representaram 52,4% do total desmatado no País. De acordo com os pesquisadores, o ritmo da devastação no Cerrado foi o mais intenso, com uma média diária de 1.786 hectares perdidos, superando até mesmo a Amazônia.

Planos de combate ao desmatamento

As ações de combate ao desmatamento apresentaram avanços importantes. Planos de enfrentamento foram desenvolvidos para todos os biomas, e os estados passaram a atuar mais diretamente em embargos e autuações. Além disso, dados de desmatamento começaram a ser utilizados na concessão de crédito rural. Ainda assim, estados como Maranhão, Pará e Tocantins lideraram o ranking de desmatamento, com destaque negativo para o Maranhão por conta da baixa transparência nas autorizações e fiscalização ambiental.

Nas Terras Indígenas, a perda de vegetação caiu 24%, mas a TI Porquinhos dos Canela-Apãnjekra (MA) teve aumento expressivo na destruição. As Unidades de Conservação também mostraram redução de 42,5% na perda de vegetação, embora a APA Triunfo do Xingu (PA) tenha liderado em área desmatada. Desde 2019, o Brasil já perdeu quase 10 milhões de hectares de vegetação nativa, sendo 67% dessa área localizada na Amazônia Legal. A agropecuária segue como principal vetor, responsável por mais de 97% do desmatamento no País.

*Com informações da Agência Brasil

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