
Na segunda-feira (19), durante participação no programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura, o editor e escritor Luiz Schwarcz, fundador da editora Companhia das Letras, afirmou que o formato livro não acabará em razão do avanço da inteligência artificial, ressaltando a força histórica do objeto literário em diferentes eras de inovação.
Convidado para comentar o futuro do formato livro, Schwarcz, um dos principais nomes do mercado editorial brasileiro, chegou ao estúdio para falar sobre seu mais recente lançamento, O Primeiro Leitor – Ensaio de Memória.
A jornalista e professora da PUC-SP Rosane Borges levantou questionamentos sobre como processos como edição, tradução e escrita de obras podem ser afetados pela IA.
“A inteligência artificial não vai acabar com o formato livro. Nós já vivemos momentos apocalípticos quando começou o rádio, a televisão, a internet e o livre segue vivo. Então, eu acho que há um carisma e um apego ao objeto que não vai acabar. A IA, por sua vez, também não irá atingir a literatura porque o fazer literário é humano por natureza”, declarou Schwarcz.
Embora mantenha otimismo sobre a sobrevivência do livro em si, o editor reconheceu que algumas etapas do processo editorial já sofrem influência da IA, como a elaboração de resumos, contra-capas e ‘orelhas’ de obras, atividades que hoje podem ser auxiliadas por ferramentas automatizadas.
Equipe de entrevistadores
Participaram da bancada de entrevistadores Ana Lima Cecilio (editora e curadora da FLIP), José Godoy (escritor e comentarista da Rádio CBN), Luiz Maurício Azevedo (crítico literário), Marcos Augusto Gonçalves (editor da Ilustríssima e colunista da Folha de S.Paulo) e Rosane Borges, com apresentação de Vera Magalhães.