Alexandre de Moraes ironizou o apelido ‘cabeça de ovo’, dado por acusados, durante julgamento do ‘núcleo 3’ no STF – Foto: Reprodução/ND
Durante o julgamento da denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, ironizou os apelidos atribuídos a ele por acusados — entre eles o termo “cabeça de ovo”.
A Primeira Turma do STF julgou o chamado “núcleo 3”, que conta com 12 pessoas, sendo 11 militares e um policial federal envolvidos em uma possível tentativa de golpe.
O ministro mencionou o trecho da denúncia em que o coronel do Exército Márcio Nunes de Resende Júnior, um dos réus, faz referência direta a ele com o apelido. Moraes leu a transcrição da fala do militar: “Se a gente não tem coragem de enfrentar o cabeça de ovo, vamos enfrentar quem?”.
Em tom sarcástico, Moraes comentou sobre os nomes atribuídos a ele pelos investigados: “Além disso, eles também conseguiram fazer vários apelidos para esse ministro relator”.
Na sequência, o ministro Flávio Dino acrescentou com humor: “Quero dizer, vossa excelência, que o anterior é mais simpático: centro de gravidade. É mais simpático”.
Após ironizar apelidos, Moraes refutou os argumentos das defesas dos acusados – Foto: Reprodução/ND
Moraes critica apelidos como ‘cabeça de ovo’, destaca criatividade dos envolvidos e refuta defesa
Logo após ironizar o apelido “cabeça de ovo”, Alexandre de Moraes também refutou os argumentos apresentados pelas defesas, que pediram sua suspeição por ele ter sido um dos alvos do grupo. Segundo o ministro, se o golpe tivesse sido concretizado, o julgamento estaria sendo realizado por outras figuras.
“Parece que aqui nenhum dos presentes e todos aqueles que nos ouviram, ninguém acredita que se houvesse golpe de estado estaríamos aqui a julgar esses fatos. Eu dificilmente seria o relator. Talvez aí a minha suspeição fosse analisada pelos ‘kids Pretos’”, afirmou.
Durante a sessão, Moraes também criticou o comportamento do acusado Paulo Figueiredo, que figura sozinho no chamado “núcleo 5” da denúncia. O ministro destacou que Figueiredo está foragido e possui mandado de prisão preventiva em aberto.
“Atenta contra a democracia do Brasil sem ter coragem de viver no Brasil e só tem influência sobre os militares por ser neto do último presidente o durante o tempo de golpe militar, João Batista Figueiredo”, declarou Moraes.
O relator ainda abordou o conteúdo das conversas trocadas pelos acusados, enfatizando a linguagem utilizada:
“Parece que uma característica dos militares golpistas é a falta de educação. Talvez para serem promovidos”.
Até o momento, o Supremo Tribunal Federal já tornou réus outros 21 acusados em diferentes núcleos investigados por participação na suposta organização criminosa.
Veja o momento em que Moraes ironiza apelidos como ‘cabeça de ovo’
Moraes leu os apelidos durante julgamento da Primeira Turma do STF – Vídeo: Reprodução/ND