Fiesc completa 75 anos nesse domingo – Foto: Divulgação/Fiesc/ND
A Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina) celebra 75 anos de fundação neste domingo.
Nestas mais de sete décadas, transformou-se no maior dínamo do desenvolvimento catarinense, no apoio ao parque industrial, nos incentivos aos empresários, na busca pela competitividade nacional e internacional dos produtos, no constante treinamento e na assistência à saúde dos industriários, na consolidação e busca de novos mercados.
Estudiosos creditam à sua atuação e à imigração estrangeira, em especial, de alemães e italianos, os níveis de progresso e de crescimento econômico e social que hoje colocam o Estado entre os melhores do Brasil.
A grande virada aconteceu com a criação da Fiesc, seguindo-se a realização dos seminários socioeconômicos em todas as regiões, no final da década de 1950, o primeiro diagnóstico da realidade e o inédito plano estratégico de investimentos.
Estes estudos serviram de base para as decisões, as obras e serviços do Plameg (Plano de Metas do Governo), desde o início do governo Celso Ramos. A criação de órgãos como a Celesc, a Udesc, o BRDE, a Secretaria do Oeste e projetos pioneiros mudou a fase do Estado e propiciou a modernização e expansão do parque industrial.
De acordo com o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, “a Fiesc é referência nacional”, por incontáveis iniciativas e projetos pioneiros, e pelas excelentes estatísticas de suas indústrias.
Em termos históricos, a indústria catarinense subiu sempre acima da média nacional. No ano passado, o índice foi de 7,7%, quase o dobro do Brasil.
Destaque nacional
O presidente Mario Cezar de Aguiar relaciona os pontos de destaque: a indústria de manufatura, a mais diversificada do Brasil, a qualificação dos trabalhadores pelo Senai projeta no país a qualidade da mão de obra, o Sesi assegura assistência social, à saúde e de lazer, apenas 35% da receita vem da contribuição compulsória dos sindicatos e 65% vem da prestação de serviços qualificados, e sua gestão fez os maiores investimentos da história, destinando mais de 1,4 bilhão de reais.
A administração moderna e motivadora, com constantes eventos de atualização e inovação tecnológica tornaram a Fiesc modelo para outras federações. A entidade conta hoje, em todo o Estado, com um batalhão de 10 mil colaboradores, 500 veículos e 25 mil computadores.
Segundo Estado em competitividade
De acordo com o Ranking de Competitividade dos Estados, Santa Catarina detém a segunda posição como o Estado mais competitivo do Brasil, atrás apenas de São Paulo.
A principal ameaça situa-se na questão sanitária animal e na proteção efetiva dos rebanhos. O notório estrangulamento do sistema rodoviário é outro fator vital que pode frear novas conquistas.
O maior desafio na área de recursos humanos: qualificar mais de 950 mil trabalhadores até 2027. O presidente lamenta que o Estado não tenha adotado parcerias com a iniciativa privada, como aconteceu em São Paulo e no Paraná, com excelentes resultados.
E sentencia: “A indústria de Santa Catarina é das mais avançadas e tem futuro promissor, mas precisa de ambiente favorável. Depende, especialmente, de adequada infraestrutura de transportes”.
Ao comemorar 75 anos, a Fiesc pode se orgulhar de ter transformado Santa Catarina no Estado exemplar no Brasil, pelas inovações adotadas pelo fundador e primeiro presidente, Celso Ramos, o maior realizador e modernizador da economia em todas as regiões, a partir da posse na Fiesc, e, sobretudo, quando assumiu o governo estadual em 1960.
O Estado tem hoje o sexto maior PIB do país. No ano passado, registrou US$ 11,6 bilhões em exportações, ou 92% de participação da indústria em relação ao total.
O setor industrial é responsável pela geração de 934 mil empregos, pelo funcionamento de 64.800 estabelecimentos, colocando o Estado com maior participação da indústria nos empregos totais.
O setor industrial é responsável pela geração de 934 mil empregos em Santa Catarina – Foto: Reprodução/Fiesc/Eduardo Marques/ND
Destaca-se, ainda, por empregar mais de 300 mil mulheres – um terço dos trabalhadores da indústria catarinense. O legado e os exemplos são extraordinários, com presença marcante em todas as regiões e representação em Florianópolis, Brasília e outras cidades brasileiras.
A força da indústria
934,3 mil trabalhadores
64,8 mil estabelecimentos
Responsável por 28,5% do PIB do Estado
2ª indústria mais competitiva do país
Maior crescimento industrial do país em 2024 – 7,6%
314 mil mulheres empregadas
US$ 11,68 bilhões de exportações em 2024
US$ 33,8 bilhões de importações em 2024
R$ 16,7 bilhões de arrecadação de impostos (47,1% do total arrecadado por SC)
Líder nacional na fabricação de: motores elétricos, compressores e artigos de vestuário e acessórios
Vice-líder nacional na fabricação de: produtos de madeira, produtos de borracha e plásticos e produtos têxteis
Os produtos manufaturas são 92,9% das exportações catarinenses
O visionário e fundador, o industrial Celso Ramos
A história do desenvolvimento de Santa Catarina costuma ser contada por iniciativas arrojadas de seus governantes.
Mas o perfil atual, marcado pela modernidade industrial, pelo equilíbrio social e econômico e pelo mais rico arquipélago racial, étnico, cultural e econômico do Brasil deve-se, em grande parte e em dois momentos distintos, ao industrial lageano Celso Ramos.
Foi graças à sua visão de estadista que Santa Catarina deu excepcionais saltos de qualidade, plantando sementes em setores prioritários como educação, infraestrutura, saúde e crescimento da economia.
Fundador da entidade, Celso Ramos, enquanto governador, construiu mais de 1.000 escolas em Santa Catarina – Foto: Divulgação/Fiesc/ND
O primeiro período aconteceu quando, visionário e sensível aos movimentos de vanguarda que se verificavam nos Estados mais prósperos do Brasil, liderou o movimento pela criação da Fiesc. Organizou tudo e, criada a entidade, conquistou a confiança dos industriais e foi eleito o primeiro presidente.
O segundo período foi uma verdadeira revolução, que teve como base a rica experiência na Fiesc, marcou para sempre sua biografia como governador de Santa Catarina durante quatro anos.
Reuniu uma jovem e talentosa equipe no núcleo de governo e promoveu a maior transformação estrutural da história catarinense. Quando se transferiu para a Capital, em 1938, deu início a uma maratona de atividades: empresariais, esportivas, sociais, partidárias e políticas.
Todas contribuíram para o aprimoramento de sua extraordinária liderança, motivando-o para as principais realizações da longa e vitoriosa jornada. O processo de fundação da Fiesc foi concluído em 25 de maio de 1950.
Nas eleições seguintes, foi escolhido por consenso do setor industrial e só deixou o cargo em 1960 para concorrer ao cargo de governador e, vitorioso, exercer o mandato.
Primeiros estudos da economia catarinense
No comando da Fiesc e tendo recrutado profissionais e técnicos para assessorá-lo, Celso Ramos fez os primeiros estudos sobre a economia catarinense. Elaborou, também, os primeiros diagnósticos sobre os maiores problemas de Santa Catarina.
Eleito governador em 1960, institucionalizou o planejamento público centralizado com a criação do Plameg (Plano de Metas de Governo), que executou as prioridades, agilizou procedimentos e promoveu uma verdadeira revolução em vários setores da vida catarinense.
Metade do orçamento foi destinado às obras de infraestrutura rodoviária.Ao constatar que crescia o movimento pela separação do Oeste, distante e sem ação do governo, com a campanha pelo Estado do Iguaçu, criou a Secretaria dos Negócios do Oeste, fixando um braço executivo e progressista da administração estadual em Chapecó.
Nenhum governante fez, em tão pouco tempo, tanto quanto Celso Ramos no governo de Santa Catarina, entre 1961 e 1965. Celso Ramos morreu em Florianópolis no dia 1° de abril de 1996.
Senai e Sesi integram Sistema Fiesc
Entre as instituições que integram o sistema Fiesc, destaque para o Senai e o Sesi. O Senai catarinense foi fundado em 1954, e a primeira escola foi construída em Lages.
Conta hoje com 51 unidades de educação e 675 laboratórios didáticos. Oferece o mais moderno e eficiente projeto educacional com as Escolas de Referência, uma revolução participativa no ensino em Santa Catarina.
Foi reconhecido pelo Senai nacional como “o melhor do país”. O Sesi começou a funcionar em 1952 e hoje serve 113 mil refeições diárias e mantém uma rede de farmácias com 77 unidades.
A implantação do departamento regional do Sesi SC – Foto: Divulgação/Fiesc/ND
Primeiras diretorias da Fiesc
A diretoria provisória que assumiu o comando da Fiesc após sua criação tinha a seguinte composição:
Presidente – Celso Ramos
1º Vice-presidente: Guilherme Renaux
2º Vice-presidente: Adhemar Garcia
Secretário: Alberto Gonçalves dos Santos
Tesoureiro: José Elias
Conselho Fiscal: Otto Schaeffer, Otto Jordan Sobrinho e Charles Edgar Moritz
Galeria de presidentes da Fiesc – Foto: Divulgação/Fiesc/ND
A diretoria efetiva em 1952 tinha a mesma formação, acrescida dos suplentes Waldemar Richter, Edmundo Hoepfner, Otto Jordan Sobrinho, Bernardo Stark e Antônio Procopiack.
O Conselho Fiscal era integrado por Charles Edgar Moritz, Nestor Carneiro, Ovídio Pereira da Silva (titulares) e Olímpio Leandro da Silva, José Araújo e Lúcio Freitas da Silva (suplentes).
Gilberto Seleme, o novo presidente
O grande Oeste catarinense terá pela primeira vez na história um de seus industriais na presidência da Fiesc: Gilberto Seleme, engenheiro civil formado na PUC do Paraná e bacharel em administração pela UnC-Caçador, Seleme será eleito novo presidente da Fiesc, liderando chapa única.
A eleição vai ocorrer no dia 27 de junho. O empresário dos setores de madeira, couro, construção civil e do agronegócio tomará posse no dia 22 de agosto.
Seleme é candidato em chapa única à presidência da Fiesc – Foto: Divulgação/ Fiesc/ND
Ele está na diretoria da Federação desde 1986 e atualmente é o 1º vice-presidente da Federação, com destacada atuação na área social, empresarial e educacional do Vale do Rio do Peixe e de Santa Catarina. O 1º vice-presidente será o empresário André Odebrecht, de Rio do Sul.