O risco real da síndrome do coração partido


A cardiomiopatia de Takotsubo afeta mais as mulheres, mas os homens apresentam uma taxa maior de óbito. Entenda a síndrome do coração partido
Levantamento da American Heart Association (Associação Americana do Coração), realizado entre 2016 e 2020 e divulgado no meio de maio, mostra que a cardiomiopatia de Takotsubo – conhecida como síndrome do coração partido – afeta mais as mulheres, mas são os homens que apresentam uma maior taxa de óbito em decorrência desse quadro.
Em primeiro lugar, vale lembrar que se trata de uma condição normalmente provocada por um evento muito estressante, como a morte de um ente querido ou uma situação de violência, na qual ocorre uma disfunção transitória do ventrículo esquerdo. O músculo cardíaco se expande e deixa de bombear corretamente, mimetizando um infarto agudo do miocárdio. Apesar dos sintomas semelhantes, como dor no peito e alterações eletrocardiográficas, não há evidências de obstrução arterial.
Ilustração mostra o coração e os pulmões na cavidade torácica
American Heart Association
O estudo, que envolveu quase 200 mil adultos norte-americanos, é o mais amplo já realizado, com detalhamento sobre idade, gênero e etnia, mapeando as complicações e taxas de óbito num período de cinco anos. A maioria dos pacientes se recupera em algumas semanas e o risco de o evento se repetir é baixo, mas eles devem ser monitorados para evitar um agravamento do quadro. Vamos aos números:
A taxa de óbito ficou estável durante o período, em torno de 6.5%.
No detalhamento por gênero, a taxa de óbito entre os homens foi de 11.2%, enquanto entre as mulheres o índice foi de 5.5%.
As complicações mais frequentes foram: insuficiência cardíaca congestiva (35.9%), fibrilação atrial (20.7%), choque cardiogênico (6.6%), acidente vascular cerebral (5.3%) e parada cardíaca (3.4%).
A maior incidência da síndrome do coração partido era acima dos 61 anos, mas indivíduos entre os 46 e 60 anos tinham o risco aumentado entre 2.6 e 3.25 vezes em relação aos da faixa etária entre os 31 e 45 anos.
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