Estudo aponta falta de comida em 30% dos lares paraenses, em 2022


Em Belém, evento discute a insegurança alimentar grave na Amazônia Legal. Encontro em Belém discute inseguranca alimentar e combate à fome no Norte do país
Pesquisadores de todos os estados da Amazônia Legal estão em Belém, onde discutem temas relacionados a fome na região. O I Encontro da Amazônia Legal de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional encerra nesta quinta-feira (25), na Universidade Federal do Pará (UFPA), com a elaboração de um documento onde trará um conjunto de propostas que serão discutidas na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 30, que será realizada na capital paraense em novembro de 2025.
“A fome existe há muito tempo. E as mudanças climáticas [que serão discutidas durante a COP 30] comprometem ainda mais o acesso da população ao alimento de qualidade”, atentou Sandra Chaves, coordenadora Rede de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) e organizadora do evento.
O Encontro ocorre na mesma semana em que a ONU divulgou o relatório sobre a insegurança alimentar no qual aponta que, entre 2021 a 2023, 14,3 milhões de brasileiros enfrentaram a insegurança alimentar grave, ou seja, ficaram sem comida e passaram fome.
A situação é mais complexa na Região Norte, onde, em 2022, 25,7% dos lares ficaram comida. O dado é Inquérito Nacional Sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil.
“A gente precisava vir para a Amazônia para saber das pesquisas que estavam sendo feitas na região sobre esta temática e têm muitas instituições preocupadas com o assunto”, ressaltou.
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No Pará, em 30% dos domicílios, as famílias enfrentaram a insegurança alimentar grave, em 2022.
“A fome é uma violação de direitos humanos que precisa ser reparada a todo custo. Mas é fundamental conhecer a realidade de quem vive em dado território. Temos um grande potencial de pesquisa na área de soberania e segurança alimentar nos estados que compõem a Grande Amazônia. Estamos em crescente diálogo com essa comunidade científica. Estarmos conectados em rede, em todas as partes do país, é o que tornará possível cobrar e efetivar uma agenda forte de política pública em todas as instâncias de poder”, avaliou Sandra.
Representantes da sociedade civil, do governo federal, do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) também participam do I Encontro da Amazônia Legal de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
Para Nadya Alves- Santos, professora da Faculdade de Nutrição da UFPA, o evento permitiu discussões descentralizadas e focadas na realidade da Amazônia Legal.
“A construção de políticas públicas urgentes pautadas nas nossas vivências e experiências é desafiadora. Por isso, nós precisamos ter mais protagonismo em debates desse tipo”, finalizou.
Em 2022, 30% dos lares paraenses não tinham comida
Jornal da USP
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