Dados são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram divulgados em apresentação do Ministério do Meio Ambiente (MMA). No Cerrado, a situação é inversa: houve aumento de 83% no aumento dos alertas de desmatamento no mês de maio e 35% no acumulado de janeiro a maio. João Paulo Capobianco, secretário executivo do MMA, e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, participam de apresentação dos dados de desmatamento.
Reprodução/TV Brasil
Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que os alertas de desmatamento na Amazônia caíram 10% no mês de maio (na comparação com o mesmo mês do ano anterior) e 31% na comparação dos primeiros cinco meses de 2023 com o mesmo período no ano anterior.
Já no bioma Cerrado, a situação é inversa: houve aumento de 83% no aumento dos alertas de desmatamento no mês de maio e 35% no acumulado de janeiro a maio.
Ao contrário do que ocorre regularmente, na tarde desta quarta-feira (7) os números foram divulgados em uma apresentação do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Os dados foram apresentados pelo secretário executivo do MMA, João Paulo Capobianco. Antes, os dados com os alertas de desmate eram apenas divulgados na plataforma Terrabrasilis, do Inpe.
Os alertas do Inpe são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
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Desafio do Cerrado
De acordo com os dados do MMA, 77% do desmatamento no cerrado de janeiro a maio ocorreu em imóveis que estão registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Ou seja, são imóveis com responsáveis conhecidos dentro dos sistemas estaduais.
“Nossa estimativa é que mais da metade (do desmatamento no Cerrado) tenha sido autorizado pelos órgãos ambientais estaduais”, afirmou o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima.
O Ibama afirmou que está solicitando dados para os 24 municípios que são responsáveis por mais da metade do desmatamento no bioma. A expectativa do governo é que as entidades estaduais e municipais esclareçam se houve autorizações para o desmate ou se foram adotadas medidas contra a devastação.
Aumento das multas
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, diz que o governo aplicou R$ 2,23 bilhões de multas, o que significa um aumento de 160%. Além disso, foram feitos 7.196 autos de infração (notificações formais de crimes ambientais como desmate ou queimadas) e 2.255 fazendas, glebas ou lotes embargados.
“Estamos sendo muito duros para conseguir esses números (de redução do desmatamento)”, disse Agostinho.
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Ueslei Marcelino/Reuters
Deter x Prodes
O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) é considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais.
De acordo com o último relatório do Prodes, divulgado em novembro, a área desmatada na Amazônia foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022 (o equivalente ao tamanho do Catar).
O índice representa uma queda de 11% do total da área desmatada entre a última temperada (agosto de 2020 – julho de 2021). Na edição anterior, o número foi de 13.038 km², maior número desde 2006.
Apesar dessa queda pontual, o desmatamento na Amazônia cresceu 59,5% durante os quatro anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a maior alta percentual num mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988.
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