Mestre Damasceno representa a Deixa Falar na seletiva paraense, que vai escolher dois sambas que podem compor o tema da Grande Rio, que este ano leva para a avenida o enredo “Pororocas Parawaras”, em homenagem ao Pará. Damasceno Gregório dos Santos, mais conhecido como mestre Damasceno, é um dos maiores artistas populares do Marajó
Marcus Passos / g1 Pará
Mestre Damasceno, ilustre filho do Marajó, é um dos compositores do samba-enredo da Escola de Samba Deixa Falar que disputa a etapa paraense do Concurso de Samba-Enredo da Grande Rio 2025. A agremiação carioca promove seletivas no estado em busca de O enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós” promete explorar profundamente a rica cultura amazônica. Mestre Damasceno, conhecido por suas raízes ribeirinhas, tem uma obra marcada pela profunda conexão com a cultura e os ritmos amazônicos.
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Atual campeã do carnaval carioca, a Grande Rio promove seletivas no estado. Dois sambas paraenses serão escolhidos e seguirão na semifinal junto ao samba do Rio de Janeiro para serem gravados pelo intérprete oficial da escola, Evandro Malandro, e terão a chance de se tornar o samba oficial de 2025.
Segundo o regulamento podem participar compositores com domicílio no Pará e indicados por uma das 9 escolas de samba do grupo especial de Belém. Cada escola terá direito a submeter apenas um samba-enredo, assinado por no máximo 5 compositores, mas, sem a possibilidade de participação especial. Sendo essencial, que o samba-enredo seja de composição inédita.
Mestre Damasceno em clima de carnaval amazônico
Guto Nunes
Do carimbó ao carnaval
Mestre Damasceno estreou no carnaval do Rio de Janeiro em 2023, na escola Paraíso do Tuiuti, que homenageou a ilha do Marajó. Sua trajetória no carimbó inclui inúmeras composições que exaltam as belezas naturais e as tradições dos povos ribeirinhos, com uma habilidade única de incorporar elementos da cultura indígena e afro-brasileira em suas criações. São mais de 400 composições, 4 álbuns lançados, além de estrelar os documentários “Mestre Damasceno – O Resplendor da Resistência Marajoara” e “O Boi-Bumbá de Salvaterra e suas Comunidades Quilombolas”, ambos dirigidos pelo produtor e amigo de longa data, Guto Nunes. Damasceno é o criador do Búfalo-Bumbá, a brincadeira junina que iniciou como boi-bumbá, e em homenagem à força e a tradição de criação de búfalos em terras marajoaras, ganhou o atual nome.
Mestre Damasceno, no meio, ladeado pelos compositores Ailson Picanço, Davison Jaime, Tayane Coelho e Marcelo Moraes
Guto Nunes
Para esta competição, Mestre Damasceno estará ao lado de uma parceria formada pelos compositores Ailson Picanço, Davison Jaime, Tayane Coelho e Marcelo Moraes. Juntos, eles representarão a Deixa Falar na seletiva paraense, onde cada escola do grupo especial de Belém apresentará seu samba inspirado no tema da Grande Rio. Os dois melhores sambas ganharão o direito de disputar a semifinal no Rio de Janeiro. Mestre Damasceno, com sua capacidade de transformar a alma amazônica em música, ao lado de seus talentosos parceiros, prometem defender um samba-enredo que fará história, não apenas pela qualidade musical, mas pela autenticidade e profundidade com que representará a cultura marajoara e amazônica.
“Componho há 10 anos para o Carnaval do Rio, de São Paulo e de Belém, mas dessa vez a expectativa é ainda maior, por poder exaltar a cultura, a religiosidade e mostrar os encantos do nosso Pará”, destaca Ailson Picanço, um dos compositores da obra.
A comunidade de Belém já se prepara para uma disputa acirrada, e a Deixa Falar, com seu time de compositores, está pronta para disputar seu lugar na semifinal no Rio de Janeiro em busca do sonho de ter um samba com DNA 100% paraense na Marquês de Sapucaí, levando a essência do Marajó e da Amazônia para os holofotes do carnaval brasileiro.
Grêmio Cultural e Carnavalesco Deixa Falar
Fundado em 23 de abril de 1992, a escola é cria do bairro da Cidade Velha, tendo como atual presidente Esmael Tavares. Neste ano de 2024 desfilou com o Samba-Enredo “Carabao, O Segredo da Multiplicação, O Búfalo que Vale Ouro”. Suas cores são o azul-claro e branco e tem como símbolo o papagaio. Escola tradicional da capital, a Deixa Falar faz parte do grupo principal do Carnaval paraense.
Do carimbó ao carnaval carioca: Mestre Damasceno disputa Concurso de Samba-Enredo da Grande Rio 2025
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