Empresas de ônibus mantém veículos com ar condicionado parados nas garagens em Belém

De 300 ônibus que estavam previstos pelo acordo entre empresas, prefeitura e governo, apenas 51 estão em Belém e nunca circularam. Procuradoria Geral do Município de Belém entrou na Justiça pedindo que os veículos comecem a operar imediatamente. Novos ônibus de Belém: procuradoria entra na Justiça para que veículos circulem na cidade
A frota do transporte coletivo em Belém deveria contar com reforço de 300 novos ônibus, com ar condicionado, que dariam mais conforto a cerca de 500 passageiros que utilizam o serviço diariamente. Na prática, 51 veículos estão na capital e ainda por cima estão parados nas garagens. A Procuradoria Geral do Município (PGM) de Belém entrou na Justiça para cobrar a circulação desses ônibus na capital.
O g1 e a equipe de reportagem da TV Liberal percorreram as empresas para verificar a presença dos ônibus nas garagens espalhadas pela cidade, algumas fora da capital na região metropolitana de Belém . Muitos veículos estavam em locais sem cobertura, pegando sol e chuva. Funcionários não quiseram gravar entrevistas.
Belém é uma cidade com altas temperaturas e calor intenso. Com o termômetro marcando 31ºC, o transporte público se torna um desconforto, motivo de reclamação entre passageiros. “Está parece que pegando fogo”, diz o operador de produção Valcimar Campos.
A rotina de quem depende dos coletivos para se locomover na região metropolitana de Belém é a mesma desde o anúncio da chegada de novos ônibus com ar condicionado e Wi-Fi.
Enquanto isso, já faz um ano do acordo entre a Prefeitura de Belém, Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) e o Governo do Estado, que garantiria a circulação de novos veículos.
Mas, nas ruas nada mudou – Belém continua com apenas a frota de cerca de 1.115, com idade média de oito anos e meio, segundo dados da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob).
A primeira remessa dos novos ônibus chegou à capital ainda em junho deste ano. A previsão era de que eles começariam a circular no final de agosto.
O investimento das empresas deve totalizar R$ 250 milhões, já que desde o acordo estão recebendo incentivos fiscais pelo Município de Belém e o Estado do Pará.
Os poucos que chegaram, dos 300 previstos, estão parados e nunca circularam. Vinte deles estão em empresas que fazem a linha municipal:
TRANSCOL: 1 VEÍCULO;
MONTE CRISTO: 8 VEÍCULOS;
SANTA ROSA: 3 VEÍCULOS;
SÃO JOSÉ: 1 VEÍCULO;
ARSERNAL: 7 VEÍCULOS;
Já os outros 31, estão em empresas que fazem a linha metropolitana.
ÁGUAS LINDAS: 11 VEÍCULOS;
AUTOVIÁRIA PARAENSE: 10 VEÍCULOS;
FORTE: 5 VEÍCULOS;
VIALOC: 5 VEÍCULOS;
Ainda em dezembro de 2023, a lei que garantiu as isenções fiscais para a implantação do novo sistema integrado de transporte público coletivo de passageiros de Belém foi publicada no Diário Oficial do Município.
Até esta segunda-feira (21), apenas duas empresas deram início ao processo de licenciamento de 11 veículos – o que ainda está em curso, segundo a superintendente da Semob, Ana Valéria Borges.
Em setembro, a PGM entrou na Justiça solicitando o cumprimento do acordo, por parte das empresas, e a ação pedia que os ônibus adquiridos passassem a circular imediatamente.
Em nota, o Setransbel disse que “todos os 300 novos ônibus foram adquiridos pelas empresas associadas e que a documentação referente à compra foi devidamente apresentada”. Quanto ao início da operação dos veículos, que já estão em Belém, o sindicato pontuou que “o assunto está sendo tratado na Justiça”.
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