Nove pessoas morreram, sendo sete atletas, coordenador de equipe e motorista de van. Caso ocorreu na BR-376, em Guaratuba (PR), na noite de domingo (20). Avião da FAB com vítimas de acidente com time de remo chega a Pelotas
Augustine Timm/RBS TV
O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com os corpos das nove vítimas do acidente com uma equipe de remo na BR-376, em Guaratuba (PR), chegou a Pelotas (RS) no final da tarde desta terça-feira (22). Os caixões serão levados para a sede do clube Centro Português 1º Dezembro, onde será realizado um velório coletivo.
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O Ministério do Esporte providenciou o traslado dos corpos junto à FAB, em um voo que saiu de Curitiba às 14h57 e chegou ao município do sul gaúcho por volta de 17h10.
Presente no local do velório, o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), manifestou solidariedade às famílias das vítimas. “Não há palavras que possam definir esse momento de dor, momento de dor que passam os pais, os avós, aqueles que tiveram seus entes queridos infelizmente perdidos nessa tragédia”, disse.
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Os mortos são sete atletas, com idades entre 15 e 20 anos; o coordenador do time; e o motorista da van que transportava a delegação para um torneio realizado em São Paulo.
Oguener Tissot (coordenador), 43 anos, natural de Pelotas
Samuel Benites Lopes, 15 anos, natural de São José do Norte
Henry Fontoura Guimarães, 17 anos, natural de Pelotas
João Pedro Kerchiner, 17 anos, natural de Pelotas
Helen Belony, 20 anos, natural de Pelotas
Nicole da Cruz, 15 anos, natural de Pelotas
Angel Souto Vidal, 16 anos, natural de Pelotas
Vitor Fernandes Camargo, 17 anos, natural de Pelotas
Ricardo Leal da Cunha (motorista), 52 anos
As vítimas eram vinculadas à iniciativa “Remar para o Futuro”, realizada em parceria com o clube Centro Português e a Academia de Remo Tissot, em um projeto que contava com o apoio da Prefeitura de Pelotas e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Relato de sobrevivente
O único integrante da equipe de remo a sobreviver falou com exclusividade à RBS TV nesta terça-feira (22). João Pedro Milgarejo, de 17 anos, contou que, no momento da colisão, estava dormindo no fundo da van, que foi atingida por uma carreta. Nove pessoas morreram.
“Quando eu acordei, nem sabia o que tava acontecendo. Depois que eu fui ver que tava tudo desmoronado. […] Quando eu saí daquela van, eu já sabia que ia ser só eu, não tinha como mais ninguém sobreviver”, relembrou.
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Voltou mais cedo
A atleta de remo Brenda Madruga Freitas, de 18 anos, integrante da equipe do “Remar para o Futuro”, também viajou para competir no torneio disputado em São Paulo no final de semana. Contudo, a jovem não retornou com os colegas, que acabaram morrendo no acidente.
Brenda contou que precisou deixar a delegação após uma crise de ansiedade. Ela viajaria junto com a mãe na mesma van que sofreu o acidente, mas retornou a Pelotas dois dias antes dos colegas.
“Por que que Deus tirou essas pessoas? Mas, ao mesmo tempo, eu penso também que Deus deu um milagre para mim e para a minha mãe”, disse.
Brenda namorava com Henry Fontoura Guimarães, de 17 anos, uma das nove vítimas da tragédia.
“A gente estava namorando há um ano e pouco. Eu sei que ele é o meu primeiro namorado, mas ele foi o amor da minha vida”, falou, emocionada.
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Motorista substituto
O motorista Ricardo Leal da Cunha foi contratado para substituir um amigo, que faria a viagem com a equipe de remo de Pelotas até São Paulo. O relato é da filha mais velha do condutor, Francielly Tavares, nesta terça-feira (22), enquanto ela esperava a chegada do corpo para o velório coletivo.
“O moço que ia fazer a viagem para eles não tinha mais data. Ele era conhecido do meu pai, confiava no meu pai e passou a viagem para o meu pai”, disse Francielly.
Motorista Ricardo Leal da Cunha, de 52 anos, vítima de acidente no PR
Reprodução
O acidente
O acidente ocorreu após uma carreta contêiner tombar sobre a van que transportava a equipe de remo na BR-376, por volta das 21h40 de domingo, em Guaratuba, no litoral do Paraná.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu no km 665, sentido Santa Catarina. A van saiu de São Paulo e tinha como destino o município de Pelotas. Por conta do acidente, a rodovia ficou interditada por 15 horas e chegou a registrar 22 quilômetros de congestionamento. A pista no sentido Santa Catarina foi liberada às 11h57 de segunda, de acordo com a concessionária Arteris Litoral Sul.
A PRF informou que a suspeita é que a carreta perdeu os freios e colidiu na traseira da van. Com o impacto, a van bateu em outro carro, rodou na rodovia e, em seguida, foi arrastada para fora da pista pelo caminhão, que tombou sobre ela.
Mata mostra local do acidente que vitimou 9 pessoas do RS no PR
Arte g1
Investigação
A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) investiga se a carreta que tombou sobre uma van que transportava integrantes de um time de remo perdeu os freios antes do acidente. A polícia pretende ouvir o motorista do caminhão, um homem de 30 anos.
“O procedimento vai ser devidamente instaurado pela Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba, inicialmente pela prática do crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Já temos a identificação do condutor do caminhão, que provavelmente será ouvido nas próximas horas para que possa contribuir no esclarecimentos dos fatos”, disse o delegado Edgar Santana.
Ilustração mostra como teria ocorrido acidente na BR-376, no Paraná
Reprodução/TV Globo
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