Ex-PM é julgado pela chacina de 7 pessoas da mesma família em Santa Izabel do Pará


Vítimas estavam dormindo em uma chácara quando foram assassinadas Iniciou nesta terça-feira (20) o julgamento do ex-policial militar, Renato Cardoso do Carmo, integrante da Rotam e um dos sete acusados da participação na morte de 7 pessoas da mesma família, em 2011, no município de Santa Izabel, na região metropolitana de Belém. Caso ficou conhecido como a “chacina de Santa Izabel”.
O réu já havia solicitado dois pedidos de liberdade provisória, mas todos foram negados pela Justiça. Durante o julgamento, uma das sobreviventes, Raimunda Moraes Sobral, mãe de 3 vítimas assassinadas, confirmou que o ex-policial é um dos participantes da chacina, sendo um dos mais agressivos na invasão.
Segundo a testemunha, as vítimas que estavam no local já teriam sofrido ameaças, quando ainda moravam no bairro do Aurá, no município de Ananindeua, e que por esse motivo teriam ido até Santa Izabel se esconder dos acusados.
Renato Cardoso do Carmo alega ser inocente e durante o julgamento houve diversos momentos de tensão entre os familiares das vítimas, que não acreditam na inocência do acusado. A juíza do caso pediu a retirada de algumas pessoas da sala para evitar maiores comoções.
Ex-PM senta no banco dos réus acusado das mortes de 7 pessoas
O advogado de defesa, Augusto Barata, afirma que “a acusação deixou a desejar a convicção de que o réu estaria naquele local no dia dos fatos. A testemunha tem vínculo familiar com a vítimas, tendo uma carga emocional muito grande, prejudicando a idoneidade do depoimento”, declarou.
O promotor de justiça do Ministério Público do Estado, Edson Cardoso, que está no caso como acusação acredita que o réu é culpado devido a um laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) que fez a comparação balística entre os projéteis encontrados em alguns corpos das vítimas e comparado à arma encontrada na casa do réu, havendo coincidências.
“De fato, existem as testemunhas, mas a prova do IML nos dá a segurança maior sobre a procedência da ação penal”, detalhou o promotor.
Em 2017, um outro PM foi absolvido no mesmo caso, pois a promotoria de Justiça não sustentou a acusação por falta de provas. Segundo a defesa, o acusado estava de serviço no batalhão da Rotam, em Belém.
Relembre o Caso
Assassinato ocorreu em agosto de 2011, na rua das estrelas, bairro Novo Horizonte, em Santa Izabel. A família dormia quando foi surpreendida pela invasão de homens encapuzados, trajando roupas pretas, capuzes e luvas, fazendo a exigência da entrega de armas, porém no local não havia nenhum armamento.
Assassinatos deixaram vizinhos e parentes revoltados
Cláudio Pinheiro/O Liberal
As sete pessoas foram agredidas, obrigadas a deitarem no chão e executados por disparos de armas de fogo. Dentre a chacina, seis pessoas morreram no local e uma foi socorrida, levada ao hospital, mas após dois dias não resistiu e morreu.
Houve sobreviventes, entre eles os donos do imóvel e mais três crianças. Segundo investigações, os assassinatos teriam sido por retaliações à morte de Manoel Pereira de Andrade, amigo do réu e que supostamente também integrava ao grupo de matadores.
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