Execução de rival em heliporto: relembre o crime que levou Rogério Andrade à cadeia


Sobrinho de Castor de Andrade foi preso pela morte de Fernando Iggnácio, genro do contraventor. Ele tinha voltado de Angra dos Rei de helicóptero e foi atingido por vários tiros na cabeça em uma emboscada. Contraventor Fernando Iggnácio é executado no Recreio
A prisão de Rogério de Andrade, sobrinho do contraventor Castor de Andrade, na manhã desta terça-feira (29), acontece quase 4 anos depois da morte de Fernando Iggnácio de Miranda, genro de Castor.
Iggnácio foi executado em novembro de 2020 no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando voltava de Angra dos Reis, na Costa Verde, de helicóptero. Ele foi atingido por vários tiros na cabeça em uma emboscada.
Iggnácio tinha desembarcado do helicóptero, e caminhava em direção ao carro, quando foi atacado.
Sobrinho de Castor de Andrade, Rogério era braço-direito do contraventor até 1997, quando Castor morreu. Compartilhou por um tempo o espólio do tio com Paulo Roberto de Andrade, filho de Castor, e com Fernando Iggnácio, genro do tio falecido.
Saiba quem era Fernando Iggnácio, genro de Castor de Andrade que foi executado no Rio
Fernando Iggnácio, genro do contraventor Castor de Andrade, foi executado dentro de heliponto na Zona Oeste do Rio de Janeiro
Luciano Belford/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Fernando Iggnácio
Reprodução
Carro de Fernando Iggnácio ficou com marcas de tiros
Nicolás Satriano/G1
Corpo de Fernando Ignnácio ficou caído ao lado do carro
G1 Rio
Policiais conversam em heliporto na Zona Oeste onde Fernando Inácio foi morto
Leslie Leitão/G1
Heliporto onde Fernando Inácio foi morto
Leslie Leitão/TV Globo
Disputa sangrenta
Fernando Iggnácio Miranda disputa desde 1997 pontos de jogos de bicho e de máquinas caça-níqueis na Zona Oeste do Rio com Rogério Andrade, sobrinho de Castor.
A disputa entre Fernando Iggnácio e Rogério Andrade começou após o assassinato de Paulo Andrade, o Paulinho, em 1998, filho de Castor e escolhido como herdeiro.
Meses depois, a polícia identificou como autor dos disparos o ex-PM Jadir Simeone Duarte. Em depoimento, Duarte acusou Rogério de ser o mandante do crime.
Com a morte de Paulo, seu cunhado, Fernando Iggnácio, assumiu seu lugar na disputa. De acordo com investigações da polícia, desde a metade da década de 1990, Fernando Iggnácio controlaria a Adult Fifty, empresa que explorava caça-níqueis em toda a Zona Oeste. Em 1998, Rogério de Andrade teria fundado a Oeste Rio.
Investigações da Polícia Federal mostram que a disputa entre os dois, entre 1999 e 2007, resultou em 50 mortes.
No mesmo ano, a polícia deu início a uma operação para apreender caça-níqueis no estado. Os inimigos entraram em guerra e passaram a atacar as máquinas uns dos outros. Dos ataques passaram a assassinatos.
O próprio Rogério foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2001, mas a arma do atirador falhou..
Em abril de 2010, outro golpe. O filho de Rogério de Andrade, um jovem de 17 anos, morreu num atentado na Barra. Em vez do pai, era o rapaz que dirigia o carro quando uma bomba explodiu.
Em 2007, Rogério Andrade foi preso pela Polícia Federal. Meses depois, Fernando Iggnácio foi pego pela Polícia Civil.
Naquele mesmo ano, Rogério Andrade e Fernando Iggnácio foram alvos da operação Gladiador, da Polícia Federal, que investigou o esquema da dupla e a corrupção de policiais no RJ.
8/4/2010 – Destroços dos carros tomam Avenida das Américas
Mauro Santos Ilva Araujo/VC no G1
Carro dos bombeiros chega em local onde Fernando Inácio foi assassinado
Nicolás Satriano/G1
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