Anistia a golpistas é ‘bode na sala’ para negociar outras benefícios aos presos do 8 de janeiro

Lira negociou com o PL antes de atrasar tramitação e, na prática, pode ter criado dificuldade para vender facilidade: ou seja, trocar o projeto por outros benefícios aos golpistas que, hoje, não têm nada a seu favor. O presidente da Câmara, Artur Lira, negociou ao adiamento na tramitação do projeto que anistia os golpistas do 8 de janeiro. Lira voltou o projeto à estaca zero para fazer um gesto ao PT e conseguir votos para seu apadrinhado, Hugo Mora, e eleger seu sucessor no comando da Câmara. Mas se engana quem pensa que esse é um gesto para um lado só,
A decisão de atrasar a tramitação do PL da Anistia foi toda negociada com o PL. Segundo deputados, Lira negociou com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, com o ex-presidente , Jair Bolsonaro e com a presidente da CCJ, Caroline De Toni. Ninguém foi pego de surpresa , foi tudo costurado.
A avaliação política é que, voltando o projeto à estaca zero, haveria benefícios. Do jeito que está, o projeto é radical demais, considerado inconstitucional e ainda tiraria os votos do PT em Hugo Mota na sucessão na Câmara. Ou seja: o PL virou um ‘bode na sala’ : uma dificuldade que, após negociação política, pode virar facilidade.
Do jeito que está, projeto que anistia os golpistas do 8 de janeiro é considerado radical demais e, por isso, e o exagero agora dará lugar a uma negociação. A ideia é envolver até o STF para conseguir alguma atenuante aos golpistas, e não a anistia. Os deputados também perceberam que , do jeito que esta, a proposta nã passaria no Senado. Ficaram cercados pelas consequências do radicalismo e decidiram negociar – sem sair perdendo.
A avaliação política é que, ao adiara tramitação e voltar à estaca zero, o projeto pode ter um novo relator que suavize o texto e , ainda assim, crie benefícios aos golpistas. E que a decisão despressuriza o ambiente para a sucessão na Câmara e também a relação com o STF, já que o projeto do jeito que está prevê anistiar condenações , o que seria uma afronta ao Supremo e também feriria a autonomia dos poderes.
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