Grupo em atos golpistas em Brasília (DF) em 8 de janeiro de 2023
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Interlocutores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não ficaram irritados com a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de atrasar a votação do projeto que prevê anistia aos golpistas do 8 de janeiro de 2023.
Lira tirou o texto da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, comandada pela deputada Caroline de Toni (PL-SC), e determinou a criação de uma comissão especial para analisar o texto. O que, na prática, atrasa a tramitação.
A avaliação do grupo de Bolsonaro, no entanto, é de que o texto no formato atual, dando anistia geral a todos os golpistas, seria rejeitado pela Câmara. E, se passasse, teria ainda menos chances no Senado.
A avaliação é que, passando pela comissão especial e indo à votação no próximo ano, sem contaminação pelas disputas pelo comando da Câmara dos Deputados e do Senado, as chances aumentam. E com ajustes, concedendo a anistia apenas aos casos menos graves.
O PT quer a garantia do futuro presidente da Câmara dos Deputados que o projeto não será colocado em votação, mas o PL de Bolsonaro tem negociado para que ele seja analisado no próximo ano.
Arthur Lira, ao mandar o texto para uma comissão especial, deixou claro que o projeto não pode ser usado como moeda de barganha nem por um lado nem por outro para definir apoios a candidatos a presidente da Câmara na sua sucessão.