Atualmente, a Bahia possui mais de 400 indústrias têxteis e de confecções, que geram mais de 35 mil postos de trabalho. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) realiza, nesta quarta (30) e quinta-feira (31), o 9º Congresso Internacional, no Senai Cimatec, no bairro de Piatã, em Salvador. Ao g1, Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit, disse que escolha para Salvador sediar o congresso acontece por causa da economia da em ascensão e riqueza cultural do estado.
“A Bahia é o segundo maior produtor de algodão do Brasil, produzindo mais de 300 mil toneladas por ano. O estado também tem uma economia criativa relevante e se destaca pela música, artes e letras. Há uma série de manifestações que trazem vibração para o setor têxtil na Bahia, com uma criação autêntica e base industrial pujante, a partir da matéria mais disponível pelo algodão de qualidade e, consequentemente, abrindo espaço pra investimentos novos”, disse Fernando Pimentel.
Atualmente, a Bahia possui mais de 400 indústrias têxteis e de confecções, que geram mais de 35 mil postos de trabalho. Em 2023, a produção no estado foi de 200 mil toneladas e o faturamento médio alcançado pelo setor foi de 9,5 bilhões de reais.
Segundo Pimentel, o estado tem um potencial muito maior do que o que possui atualmente no setor, por causa da logística e qualidade “excepcional” do algodão.
“A Bahia tem potencial de dobrar sua participação no setor têxtil. Isto porque é natural que se queira agregar valor dentro do território geográfico, no espaço geográfico baiano, a essa matéria-prima que é fundamental para a indústria. O potencial de geração de empresas no estado é muito grande e todos os governos querem, de uma maneira muito clara, promover a inovação, a tecnologia e emprego de qualidade”.
A cotonicultura, fabricação de algodão, na Bahia, possui o registro da maior produtividade de sequeiro do mundo, com 320 arrobas por hectare. De acordo com Fernando Pimentel, o desenvolvimento tecnológico e cientifíco reforça a posição da Bahia.
O estado abriga o maior laboratório de análise de fibras da América Latina, localizado no município de Luís Eduardo Magalhães, que investe em pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias modernas de melhoramento genético.
“A Bahia, pelo mercado consumidor, posição geográfica, logística, porto, população e por toda essa vínculo com a economia criativa, sem dúvida nenhuma poderá ser uma rota de desenvolvimento e atração de investimento, nacional e internacional”, finalizou.
Em entrevista ao g1, Vladson Menezes, Superintendente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), falou sobre o estudo inédito contratado pelo Governo do Estado e realizado pelo Observatório da Indústria FIEB, com apoio do IEMI – Inteligência de Mercado e do Senai Cimatec.
Divulgado nesta quarta-feira, o estudo apresentou dados relevantes do segmento na esfera estadual. Segundo Menezes, a Bahia possui, além de ter uma boa logística, por causa da proximidade com os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, que possuem economia em destaque, a disponibilidade de uma boa matéria prima.
“Cabe a gente ver uma política que potencializa o setor têxtil no estado e uma proposição de políticas públicas na Bahia. Neste estudo, nós destacamos a posição da Bahia no setor, já que possui hoje a segunda maior produção de algodão no país, mas que ainda tem potencial de crescer mais na indústria têxtil”, afirmou.
Assim como Fernando Pimentel, diretor-presidente da Abit, Vladson Menezes também destacou a tecnologia na indústria têxtil.
“Estamos avançando no suporte tecnológico, para absorção de novos processos, e, com isso, o aumento da produtividade”, finalizou Vladson Menezes.
9° Congresso Internacional da Abit
Organizado anualmente pela Abit desde 2016, a iniciativa reúne empresários de toda a cadeia produtiva, executivos, pesquisadores, especialistas, autoridades, além de formadores de opinião do Brasil e do mundo.
Com o tema “Conexões Brasil – Mundo: Caminhos Estratégicos para Competitividade”, o congresso discutirá o posicionamento estratégico da indústria têxtil e de confecção brasileira no mercado global.
Serão tratadas tanto questões já abordadas em edições anteriores, quanto novos temas que surgiram no mundo e que impactam todo o ecossistema da moda. Além disso, serão apresentados dados de um estudo inédito realizado pelo Observatório da Indústria FIEB (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), com apoio do IEMI – Inteligência de Mercado do Senai Cimatec, apresentando informações relevantes do segmento na esfera estadual.
De acordo com a organização do congresso, serão analisados fatores históricos que explicam por quais razões o Brasil ocupa posição que poderia ser mais significativa no mercado global, considerando o porte da indústria nacional, além de barreiras enfrentadas para aumentar sua competitividade.
Dentro da programação, também serão exploradas tendências, cenários e direcionadores estratégicos do setor têxtil global.
Entre os palestrantes confirmados no evento estão: o embaixador Roberto Azevedo, ex-Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio (2013-2020); Anna Araripe, responsável pelas categorias Moda, Beleza, Esportes, Saúde, Brinquedos, Entretenimento e Supermercado do Mercado Livre; Cassiano Lemos, COO do Grupo AZZAS 2154; David Olave, Associado e Conselheiro de Política Comercial da Sandler, Travis & Rosenberg, P.A.; e José Gordon, Diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, entre outros.
O Congresso Abit conta com os parceiros DeMillus, SENAI Cetiqt e Vicunha, além do apoio institucional da Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira, uma parceria da Abit com a ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.
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Congresso Internacional da Abit reúne empresários de toda a cadeia produtiva
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