Na noite de Halloween, nesta quinta-feira (31), o céu reserva uma visão inusitada: o “cometa sem cabeça” poderá ser visto, mesmo após sinais de fragmentação. Esse fenômeno astronômico ganhou destaque ao longo de outubro e promete um espetáculo raro que coincide com o clima de mistério da data, especialmente se, ao longo do mês, a parte frontal do cometa realmente se desintegrar,deixando apenas sua cauda visível.
O ATLAS, parte da família de cometas Kreutz, é um dos fragmentos deixados por um grande cometa que se partiu há quase mil anos, e cuja órbita o aproxima perigosamente do Sol.
Seu periélio, ponto de maior proximidade solar, ocorreu em 28 de outubro, quando o cometa passou a cerca de 548 mil quilômetros do Sol, enfrentando temperaturas e forças gravitacionais extremas, condições que explicam sua fragmentação iminente.
A quebra do núcleo é evidenciada por um brilho mais fraco e pela extensão de sua cauda, que poderá, sozinha, iluminar o céu nas noites finais de outubro.
As expectativas de visualização do cometa são altas, apesar das incertezas. Observadores no Hemisfério Sul puderam ver o cometa até o periélio, enquanto, no Hemisfério Norte, é possível que o cometa continue visível por mais alguns dias.
Se o núcleo do ATLAS realmente se desintegrou, a cauda do cometa deverá ser observada ao amanhecer e logo após o anoitecer, dando um tom de assombro às celebrações de Halloween.
Esse fenômeno já atraiu comparações com a Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, já que a cauda do ATLAS pode aparecer sem o brilho intenso do núcleo.
Observação
Especialistas sugerem que a melhor chance para observar o “cometa sem cabeça” será justamente na noite de Halloween.
O brilho residual da cauda poderá ser visível a olho nu em regiões com pouca poluição luminosa, especialmente em áreas do Hemisfério Norte.
Para quem deseja captar imagens, o uso de telescópios e binóculos poderá realçar a visão da cauda que, sem o núcleo, deixará apenas rastros longos e nebulosos no céu.
A desintegração de cometas próximos ao Sol, fenômeno conhecido na astronomia, ocorre em razão das condições extremas enfrentadas durante a órbita próxima ao astro.
A família Kreutz, à qual o ATLAS pertence, é caracterizada por cometas rasantes, que passam muito perto do Sol a cada ciclo de 500 a 800 anos, com fragmentos que resistem à gravidade solar.
Desde sua descoberta, o ATLAS tem chamado atenção pela possibilidade de se tornar um dos mais brilhantes do século, mas a recente perda de brilho enfraqueceu essa previsão, indicando que o processo de fragmentação já começou.
Assim, com o “cometa sem cabeça” cortando o céu na noite de Halloween, admiradores e astrônomos poderão acompanhar esse fenômeno raro.
Entre o místico e o científico, o ATLAS ilumina o céu noturno com uma presença fantasmagórica, deixando uma última marca visual, antes que seus fragmentos desapareçam na vastidão espacial.