Estudo da Universidade da Califórnia, publicado na revista Neurology neste mês, acompanhou a qualidade do sono de voluntários ao longo de 15 anos e descobriu que, aqueles que dormiam mal, tiveram um envelhecimento cerebral mais acelerado dos que tinham boas horas de sono.
Qualidade do sono pode influenciar no envelhecimento do cérebro – Foto: Reprodução/ND
A pesquisa, liderada pela psiquiatra Clémence Cavaillès analisou os padrões de sono de 589 participantes, com idades em torno de 40 anos, por 15 anos.
Os resultados mostraram que pessoas com mais problemas de sono, como dificuldade para dormir ou acordar várias vezes durante a noite, apresentaram um envelhecimento acelerado, com o cérebro aparentando ser até três anos mais velho que o esperado.
Embora a pesquisa não prove que o sono ruim acelera diretamente o envelhecimento do cérebro, ele revela uma associação clara entre sono ruim e sinais de envelhecimento cerebral.
“Nossas descobertas destacam a importância de abordar os problemas de sono mais cedo na vida para preservar a saúde do cérebro, incluindo manter um cronograma de sono consistente, praticar exercícios, evitar cafeína e álcool antes de ir para a cama e usar técnicas de relaxamento”, disse outra pesquisadora, Kristine Yaffe.
“Pesquisas futuras devem se concentrar em encontrar novas maneiras de melhorar a qualidade do sono e investigar o impacto de longo prazo do sono na saúde do cérebro em pessoas mais jovens”, completou.
Dormir bem é importante desde jovem – Foto: Eli Ramos/Reprodução/ND
Como foi feita a pesquisa sobre qualidade do sono
Os participantes foram divididos em três grupos: o primeiro era formado por pessoas com apenas uma característica de sono ruim; o segundo, de duas a três características; e o terceiro, com mais de três.
As características eram: curta duração do sono, má qualidade do sono, dificuldade para adormecer, dificuldade para permanecer dormindo, despertar cedo pela manhã e sonolência diurna.
Os voluntários tinham que responder perguntas como, “você costuma ter dificuldade para dormir?”, “você costuma acordar várias vezes à noite?” e “você costuma acordar muito cedo?”.
No início do estudo, cerca de 70% dos voluntários estavam no primeiro grupo (com apenas uma característica), 22% estavam no segundo (duas a três) e 8%, no terceiro (mais de três).
Dormir mal envelheceu até três anos cérebro de pessoas de meia-idade – Foto: Freepik/Divulgação/ND
Após 15 anos coletando dados, os pesquisadores realizaram exames cerebrais nos voluntários, considerando fatores como idade, sexo e problemas de saúde.
O resultado foi que as pessoas do segundo grupo tinham uma idade cerebral média de 1,6 anos maior do que aquelas do primeiro. Enquanto as do terceiro, tinham uma idade média de 2,6 anos maior.
Sobre as características, quatro foram associadas a uma maior idade cerebral, principalmente quando elas se repetiam ao longo de cinco anos.
São elas a má qualidade do sono, dificuldade para adormecer, dificuldade para permanecer dormindo e despertar cedo pela manhã.