Lixo na Grande Belém: Veja como reciclar seus resíduos e contribuir com o meio ambiente

População também pode ajudar a reduzir quantidade de chorume no aterro sanitário ao depositar lixo horas antes de o caminhão da coleta passar; entenda. Ecoponto instalado na região metropolitana de Belém.
Reprodução / Secretaria de Estado de Comunicação – Secom
Moradores da Grande Belém podem separar em casa o lixo produzido diariamente antes de depositar para a coleta. Isso pode, inclusive, ajudar a diminuir o chorume, e consequente, odor gerado pelos resíduos no aterro sanitário, amenizando os problemas enfrentados por moradores do entorno.
Reduzir o lixo e reciclar ajuda o meio ambiente, visto que ao separar o lixo que não pode ser reaproveitado do material reciclável, menos resíduos são encaminhados ao aterro sanitário de Marituba, que vai parar de receber lixo só até o fim deste mês. Por enquanto, o novo destino dos resíduos não está definido.
Em alguns bairros da Grande Belém há coletas realizada por associação de recicladores, e em outros, Ecopontos para receber os resíduos recicláveis. Há também ecopontos da concessionária de energia do estado onde é possível trocar lixo reciclável por descontos na conta de luz – veja locais ao final.
Esta é a quarta reportagem de uma série do g1 sobre a destinação dos resíduos sólidos na Grande Belém, as denúncias envolvendo o aterro de Marituba, a rotina difícil de moradores do entorno, as possíveis soluções envolvendo o lixo da região e como os cidadãos podem contribuir para destinação mais adequada de resíduos e com o meio ambiente. Nesta reportagem você vai entende mais sobre:
1 – Como ajudar a amenizar chorume no aterro
2 – Dicas para diminuir o lixo
3 – Quais materiais são recicláveis
4 – Coleta seletiva e locais com ecopontos
Aterro sanitário em Marituba começou a operar em junho de 2015
Sobre o Lixo na Grande Belém, leia também:
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O ‘sufoco’ de quem vive próximo a aterro que funciona sob acordo judicial
Lixo na Grande Belém: propostas e soluções para os resíduos
1 – Como ajudar a amenizar chorume no aterro
Um dos fatores que contribuem para o esgotamento do aterro sanitário de Marituba é a grande quantidade de lixo, visto que quase a totalidade de matérias que poderiam ser reciclados acabam soterrados no aterro.
O descarte irregular de resíduos por muitos moradores e a coleta irregular também pioram a situação: com o lixo mais tempo nas ruas, aumenta a chance de eles serem coletados já encharcados, sendo mais difícil a possibilidade de reciclar.
Descarte de lixo irregular e coleta demorado afetam volume do chorume na Grande Belém
Reprodução / Arquivo Pessoal
A umidade na região de Belém, com chuvas constantes, é fator que favorece a maior produção do chorume e de volume de lixo. Conforme Reginaldo Bezzera, gerente de negócios da Guamá, empresa que administra o aterro de Marituba, a empresa subdimensionou a geração de chorume na área.
“A quantidade de chuva gerou muito mais chorume do que o previsto inicialmente. O lixo [na região de Belém] tem um teor de umidade maior do que qualquer outra cidade do país”, relata.
No período caracterizado como ‘Inverno Amazônico’, quando há mais chuvas na região Norte do país, entre os meses de dezembro a maio, são produzidos 700 metros³ de chorume por dia no aterro de Marituba. Durante o verão, quando chove menos, produção cai para 350m³/dia. Anualmente, o volume médio de chorume gerado no Aterro de Marituba é de 500 m³/dia, segundo a empresa.
Isso tudo gera mais custos ao poder municipal, que paga por tonelada de lixo depositada nos aterros. Os valores pagos não foram revelados pelas prefeituras e empresas.
Aterro sanitário de Marituba fica próximo a residências e balneários
O especialista em Plano Estratégico para Resíduos, professor doutor da UFPA e consultor em engenharia civil e ambiental, Mário Russo, reforça a necessidade de se colocar o lixo para coleta poucas horas antes de o caminhão passar. Para isso, claro, é necessário regularidade na coleta.
“A prefeitura paga tonelada a mais por conta da água, provavelmente 20% a mais devido às chuvas de Belém . Chove todo o dia e na véspera. É preciso ter atenção às realidades locais. Quando se faz um mau diagnóstico, não podemos ter uma boa solução”, afirma.
Mais chorume é quase sempre sinônimo de mais odor aos moradores de Marituba que sofrem com o desconforto diário do mal cheiro e dificuldades respiratórias.
O endocrinologista e pneumologista Rubens Tofolo Jr. reforça as atividades diárias de todos os cidadãos que podem ajudar na melhoria da qualidade de vida, e consequentemente a saúde, de quem mora próximo a aterros.
“Existe algumas formas de amenizar os danos causados pelo chorume com algumas medidas individuais simples e que podem ser executadas no nosso dia a dia: Evitar desperdício de alimentos; separar corretamente lixo reciclável; destinar de forma consciente o óleo de cozinha, pilhas e baterias”
“É necessário ter consciência de que quanto mais se consome e menos se recicla e se reutiliza, mais lixo é gerado e mais resíduos sólidos são enviados ao local onde se formará o chorume”, afirma o médico Rubens Tofolo.
2 – Veja algumas dicas para diminuir o lixo:
Pensar nos 5Rsda sustentatibilidade: Repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar
evitar desperdício de alimentos;
ao comprar, preferir produtos com menos embalagens e evitar embalagens laminadas, plásticas, adevidas;
destinar de forma consciente o óleo de cozinha, pilhas e baterias ;
procurar fazer composteira com lixo orgânico como restos de comidas e cascas que riam para o lixo: o resultado é adubo que pode ser usado em plantas, por exemplo;
separar corretamente lixo reciclável
ao comprar, procurar saber se o local ou marca coleta as embalagens vazias, depois.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, reciclar ainda “diminui as retiradas de matéria-prima da natureza, gera economia de água e energia. Além disso, é fonte de renda para os catadores”
O que não vai para o lixo reciclável?
Ainda de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, não é reciclável: “Papel-carbono, etiqueta adesiva, fita crepe, guardanapos, fotografias, filtro de cigarros, papéis sujos, papéis sanitários, esponjas de aço”
Separação de resíduos permite a coleta seletiva de lixo e reciclagem
Leandro Tapajós/G1 AM
3 – Quais materiais são recicláveis
“Papéis: jornal, papel branco, revista, caderno, caixas de papelão, etc;
Plásticos: sacos e sacolas, canos e tubos de PVC, potes e frascos de alimentos higienizados, produtos de higiene pessoal e limpeza, brinquedos, garrafa PET: refrigerante, água, suco, vinagre, óleo, etc;
Metais: latas de alumínio e ferro, enlatados em geral, prego, parafuso e etc
vidro
4 – Coleta seletiva e locais com ecopontos
Em Belém, além de ecopontos, segundo a Prefeitura, ” 12 cooperativas e associações de catadores são apoiadas pela prefeitura, atendendo a cerca de 31 bairros, entre coleta porta a porta e recolhimento de recicláveis em grandes geradores”
“Em 2022, houve um aumento no recolhimento de materiais recicláveis em Belém, com aproximadamente 7 mil toneladas”, informou a prefeitura.
Em Marituba, há ao menos 16 Pontos de Entrega Voluntárias (PEVS) feitos de contêiner marítimos, instalados em bairros do município. Associações e Cooperativas de Catadores de materiais recicláveis coletam os materiais.
A quantidade reciclada por mês em Marituba, segundo a prefeitura, é “3 mil toneladas/mês, onde os mesmos são triados e comercializados pelas cooperativas e associações existentes”.
Em Ananindeua, entre os pontos de coletas estão as secretarias municipais, além de catadores. As secretarias que também são pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis são:
Secretaria de Urbanismo (SEURB)
Secretaria de Saneamento e Infraestrutura (SESAN)
Secretaria de Gestão Fazendária (SEGEF)
Secretaria de Cidadania, Assistência Social e Trabalho (SEMCAT).
Ecopontos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente em Belém
Os ecopontos são instalados em estruturas semelhantes a contêineres e recolhem, além dos itens recicláveis mencionados acima, “recebe óleo de cozinha, materiais de escrita, esponjas de cozinha, sombrinhas, guarda-chuva e eletrônicos, entre outros. Agentes ambientais estão presentes nos locais para evitar descarte indevido e prestar esclarecimentos à população”, segundo a Semas.
Porto Futuro
De terça a domingo e feriados, de 9 às 13h e de 15 às 19h
Parque Estadual do Utinga
De sexta a domingo e feriados, de 8 às 14h.
Usina da Paz Cabanagem
Endereço: Av. Damasco, 37 – Cabanagem, Belém – PA
Na Usipaz Cabanagem o horário de funcionamento será de 8h às 12h
Ecoponto Usipaz Icuí
Terça-feira e na quinta-feira (8h às 12h)
A Equatorial Pará, concessionária de energia, também dispõe de ecopontos em diferentes cidades do estado e, em alguns casos, oferece desconto na conta da luz de acordo com a quantidade de lixo reciclável.
Postos do E+ Reciclagem
Belém
Sede Equatorial Belém
Av. Augusto Montenegro Km 8,5
Segunda-feira a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h. Sábado, das 8h às 12h.

Guamá
Praça Benedito Monteiro
Barão de Igarapé Miri, S/N, esquina com a Tv. Ezeriel Mônico de Matos
Segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Sábado, das 8h às 12h.

Coqueiro
Assaí Atacadista
Rod. Mário Covas, 69
Segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Sábado, das 8h às 12h.

Ananindeua
Assaí BR (estacionamento)
Rodovia BR 316, Centro
Segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Sábado, das 8h às 12h.

Castanhal
Praça da Estrela
Tv. Cônego Leitão, bairro Estrela
Segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Sábado, das 8h às 12h.

Altamira
Estacionamento do camelódromo
Av. João Rodrigues, bairro Esplanada do Xingu
Segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Sábado, das 8h às 12h.

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