Indígena é baleado em aldeia no Pará; MPF pede providências urgentes

Associação indígena atribui disparos à Polícia Militar ou a seguranças privados de empresa exploradora de dendê na região de Tomé-Açu, nordeste do estado. Indígena é socorrido após ser baleado em aldeia no Pará.
Reprodução / Redes sociais
Um indígena da etnia Tembé foi baleado em Tomé-Açú, nordeste do Pará, nesta quarta-feira (4). Segundo informações recebidas pelo Ministério Público Federal (MPF), o disparo pode ter sido por policiais militares ou de seguranças privados de empresa exploradora de dendezais na região.
O MPF informou que pediu que o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), tome medidas urgentes para por fim à violência policial em território indígena. O g1 solicitou nota do governo estadual, das polícias Militar e da empresa citada pela associação indígena, mas ainda não havia obtido resposta.
A vítima foi alvejada dentro da aldeia Bananal, segundo o MPF. Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra o momento em que a vítima foi socorrida, após ser atingida entre as pernas.
Indígena é baleado em aldeia no Pará
Ainda na noite desta sexta-feira, o MPF requisitou à Polícia Federal (PF) que seja aberta investigação sobre o caso com urgência e que seja deslocado efetivo para a área indígena.
O MPF também enviou ofício à Justiça Estadual de Tomé-Açu, solicitando informações sobre o caso.
A Associação Indígena Tembé Vale do Acará relatou ao MPF que “a comunidade (indígena) verificou forte e ostensivo grupamento de Polícia Militar especializada no município e que, nesta sexta-feira, passaram a intervir de maneira truculenta no local ocupado pela comunidade indígena, acompanhadas de seguranças fortemente armados da empresa Brasil Bio Fuels (BBF), interditando ponte de que dá acesso à área de ocupação”.
Policiais fazem ação em Tomé-Açú, em área de conflito entre indígenas e empresa exploradora de dendê no Pará.
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Em representação enviada à Procuradoria da República no Pará, os indígenas citam que “comunidades Tembé e quilombolas da região passam por momento de conflito com empresas produtoras e extratoras de óleo de palma, considerando que as várias arbitrariedades praticadas por essas empresas, apesar de denunciadas, sequer têm tido o devido andamento no foro local”.
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