Petrobras está buscando autorização do Ibama para realizar uma pesquisa em um novo possível campo de petróleo no foz do rio Amazonas. Ministra do Meio Ambiente brasileira, Marina Silva, afirmou lembrou que o presidente Lula tem falado em desmatamento zero na Amazônia. Blocos de exploração localizados na bacia sedimentar da foz do amazonas
Divulgação/Ibama
A ministra do meio ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, disse neste domingo (6) durante a Cúpula da Amazônia que o governo de Gustavo Petro proporá o fim do uso “amplo e progressivo” de petróleo na região da floresta, mas afirmou também não acreditar em um acordo definitivo no momento diante da falta de entendimento entre os países – o que inclui o Brasil.
As declarações foram dadas durante entrevistas para jornalistas logo após a realização de uma plenária que antecede a reunião da Cúpula, prevista para os dias 8 e 9 de agosto. A ministra brasileira, Marina Silva, também participou do encontro ao lado da ministra do Peru, Albina Ruiz.
Muhamad afirmou que a expansão da exploração de petróleo na Amazônia não faz sentido diante da crise climática.
“Não é tanto para o tema das emissões de gases de efeito estufa, mas porque é um pouco paradoxal seguir pensando sobre petróleo frente a crise que temos. Esses mega projetos geram abertura de caminhos, fragmentação ecológica, perda de biodiversidade e, sobretudo, conflito com as comunidades”, disse a ministra do meio ambiente da Colômbia, Susana Muhamad.
A Petrobras está buscando autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para realizar uma pesquisa em um novo possível campo de petróleo no foz do rio Amazonas.
Em maio, o Ibama negou uma licença para a Petrobras perfurar poço de petróleo na região, no Amapá. O instituto apontou falhas sobre segurança ambiental na solicitação da estatal. Dias depois, a Petrobras apresentou um novo pedido, que está sob análise. Ambientalistas criticam a exploração diante da possibilidade de impactos ambientais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista, na semana passada, que a Petrobras vai ter “todo o cuidado”, mas pode “continuar sonhando” com essa exploração.
“Sobre os hidrocarbonetos, é um tema que estamos tratando nas escalas nacionais, mas a conversa está posta no nível multilateral. Não estou certa de que será possível chegar a um acordo tão fácil, mas pelo menos a conversa está posta, não porque algum país colocou, mas porque é uma demanda social concreta e real de muitos territórios amazônicos”, acrescentou a ministra da Colômbia.
A ministra Marina Silva também foi questionada sobre o tema, mas não apontou uma definição por parte do Brasil sobre assunto, uma vez que o governo brasileiro não descarta a ampliação da exploração de petróleo na Amazônia.
“Temos já dois presidentes que chegam aqui, e os demais também, com suas propostas. Presidente Petro falando na não exploração de petróleo na Amazônia, e o presidente Lula falando, a partir de consenso interno, de desmatamento zero na Amazônia”, disse Marina.
Ela avaliou, ainda, que é “ousado” da parte de um presidente assumir o compromisso de desmatamento zero na Amazônia.
“Mas obviamente que o presidente Lula não vai querer impor que os outros presidentes também digam que é desmatamento zero. É um processo de convencimento. Da mesma forma que os outros que têm outras propostas levantam suas propostas e buscam o convencimento”, completou Marina.
Em meio a debate sobre foz do Amazonas, ministra da Colômbia cobra fim da ampliação da exploração de petróleo na região
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