Governador do Pará diz ser ‘equívoco estimular competição entre brasileiros’. Governador de Minas Gerais disse em entrevista que união dos estados do Sul e Sudeste poderia dar vantagem em votações na Câmara. Helder Barbalho, governador do Pará
Reprodução / Agência Pará
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), considerou um equívoco a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre a formação de uma aliança Sul-Sudeste. Helder falou sobre o assunto em entrevista à Globo News na manhã desta segunda-feira (7).
“Eu soube da declaração, confesso que não assisti, mas creio que nós devemos pregar a união federativa. Estimular com que os brasileiros do Sul, do Sudeste ou do Nordeste, ou do Norte possam competir entre si é um equívoco que não deve ser valorizado”, afirmou.
Em entrevista ao jornal ‘O Estado de S.Paulo’, o governador de Minas Gerais fala sobre a possível formação de uma aliança Sul-Sudeste. Seria uma resposta ao Consórcio do Nordeste, articulação dos governadores dos nove estados nordestinos.
Governador Romeu Zema
Reprodução/TV Globo
Zema afirma que a união dos sete estados das regiões Sul e Sudeste tem como objetivo ter vantagem em votações na Câmara, uma vez que representam ‘56% dos brasileiros’.
“Outras regiões do Brasil, com estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso”, disse Zema na entrevista.
Ao comentar a formação da frente, Romeu Zema falou sobre o “protagonismo econômico e político” do Sul e Sudeste. Disse, ainda, que o Brasil funciona como um “produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”, referindo-se aos estados nordestinos.
O Consórcio Nordeste publicou uma nota criticando falas do governador de Minas Gerais e disse que o governador de Minas Gerais “demonstra uma leitura preocupante do Brasil” e que o Norte e o Nordeste foram regiões penalizadas ao longo das décadas pelos projetos nacionais de desenvolvimento. A entidade também negou “qualquer tipo de lampejo separatista”.
“Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual. […] A união regional dos estados Nordeste e, também, os do Norte, não representa uma guerra contra os demais estados da federação”, alegou o Consórcio, em nota.
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