Indígenas do povo Tembé são baleados em Tomé-Açu, nordeste do PA

Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), as vítimas seriam duas mulheres e um homem e ocorreu após os indígenas realizarem um protesto cobrando agilidade nas investigações depois que um jovem Tembé foi baleado, na última sexta-feira (4). Ao menos três indígenas do povo Tembé foram baleados nesta segunda-feira (7), em Tomé-Açu, no nordeste do Pará. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), as vítimas seriam duas mulheres e um homem.
Em nota, a CPT informou que uma das vítimas foi atingida no pescoço e no maxilar e, por conta da gravidade dos ferimentos, foi encaminhada para Belém por meio de UTI aérea.
Os indígenas foram baleados após realizarem um protesto cobrando agilidade nas investigações após um jovem Tembé ser baleado dentro da aldeia Bananal, na última sexta-feira (4).
A CPT também disse que os autores dos disparos nesta segunda (7) foram feitos por seguranças privados de uma empresa exploradora de dendezais na região.
“Diante da gravidade da situação e destes recorrentes ataques, exigimos que sejam tomadas providências urgentes no sentido de investigar e apurar rigorosamente estes crimes, com a devida responsabilização dos culpados”, diz a CPT.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), providências estão tomadas “para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. A Segup destaca que o policiamento na área foi reforçado e que as Polícias Civil e Militar estão em diligências para esclarecer os fatos e instaurar inquérito para investigar e identificar os suspeitos”.
Em nota, o “Grupo BBF (Brasil BioFuels) esclarece que o Polo de Tomé-Açu, propriedade privada da empresa composto pela Agrovila, Administração Geral e Áreas de Infraestrutura, foi novamente invadido e teve equipamentos incendiados e edificações destruídas”.
Ainda segundo a empresa, “cerca de 30 invasores armados ameaçaram e agrediram trabalhadores da empresa no local, antes de incendiar dezenas de tratores, maquinários agrícolas e edificações”.
“A equipe de segurança privada da Companhia conseguiu conter a ação criminosa dos invasores e resguardar a vida dos trabalhadores que estavam no local. A empresa reforça que já tomou as medidas jurídicas cabíveis junto ao poder judiciário bem como também o apoio aos órgãos de segurança pública do Pará e aguarda uma rápida solução do caso”, afirma.
Interdição da PA-140
Após os três indígenas serem baleados, um grupo foi protestar em frente ao 48º Batalhão de Polícia Militar do distrito de Quatro Bocas, em Tomé-Açu.
Interdição da PA-140, em Tome-Açu.
Reprodução
Pneus foram queimados e os indígenas bloquearam uma das faixas da PA-140. Agentes do Batalhão de Choque da PM estão no local.
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