Presidente da Colômbia sobe o tom e cobra vizinhos por fim da exploração de petróleo na Amazônia

Gustavo Petro, que discursou nesta terça (8) em Belém, disse que ciência e movimentos sociais cobram fim da exploração de petróleo, mas ‘política está presa na retórica’. Brasil ficou dividido sobre apoio a exigência do fim da exploração do combustível fóssil, que deve ficar de fora de carta final do evento. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, durante a Cúpula da Amazônia, em Belém, em 8 de agosto de 2023.
Eraldo Peres/ AP
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez um discurso duro na Cúpula da Amazônia nesta terça-feira (8) contra a exploração do petróleo.
A Colômbia propôs que a Declaração de Belém, documento com compromissos conjuntos que os oito países amazônicos firmarão a partir da Cúpula de Belém, contivesse uma sinalização clara pelo fim da exploração de petróleo na Amazônia.
O tema não foi consenso e deve ficar de fora da declaração, mesmo com a pressão da sociedade civil em relação a este tema.
“Os desacordos as vezes nos permitem algumas propostas novas também”, disse. “A política não consegue se destacar dos interesses econômicos que derivam do capital fóssil. Por isso a ciência se desespera, porque ela não está vinculada nesses interesses tanto quanto a política”, disse.
“Cada vez mais o movimento social se junta com a ciência e a política cada vez mais está presa na retórica”.
Petro afirmou ainda que essa dissonância é o que faz com que Conferências do Clima fracassem.
O governo brasileiro está dividido sobre o assunto, com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendendo que a Petrobras possa fazer pesquisas para avaliar a viabilidade de petróleo na foz do Amazonas.
Por outro lado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o momento não permite “atitudes erráticas” e que zerar o desmatamento não será o suficiente para garantir a sobrevivência da Amazônia, mas sim o fim do uso de combustíveis fósseis.
O presidente colombiano classificou a exploração de petróleo na Amazônia como “sem sentido” e um “contrassenso” e pediu que decisões sejam tomadas. “Não vamos colocar na declaração [de Belém], mas vamos tomar decisões”, disse.
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