Resgatado pelo Ibama na Grande Belém, filhote de peixe-boi é batizado de ‘Elvis’


Com riscos de entrar em extinção, espécie foi encontrada em Santa Bárbara em um igarapé. Peixe-boi-amazônico foi resgatado pelo Ibama
Ufra/Ascom
Um filhote de peixe-boi-amazônico, de aproximadamente três meses de idade, foi encontrado por moradores do município de Santa Bárbara, região metropolitana de Belém. Ele estava sozinho em um igarapé e foi resgatado pelo Ibama, com o apoio do Batalhão da Polícia Ambiental. As informações são desta quarta-feira (13).
O filhote, que recebeu o nome de Elvis, está recebendo alimentação de duas em duas horas. O animal foi encaminhado à Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) para receber os cuidados da equipe do Centro de Reabilitação de Animais Selvagens (Cetras Ufra). Não há informação sobre o que pode ter ocorrido com a mãe, embora existam suspeitas. Mesmo que um peixe-boi adulto chegue a alcançar os 400 kg e quase três metros de comprimento, a docilidade da espécie o torna indefeso.
“Historicamente esse animal foi muito caçado, as pessoas usavam o animal para a alimentação, produção de couro e óleo. Por ele ser um animal dócil, fica muito vulnerável. Nossa suspeita é que a mãe pode ter sido caçada, porque elas não costumam deixar os filhotes sozinhos dessa forma”, diz a médica veterinária residente Karoline Araújo, que acompanha o filhote.
Filhote está em tratamento na Ufra
Ascom/Ufra
O tratamento do animal para futura reintrodução foi iniciado em conjunto com a Coordenação Regional do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de Belém. Segundo Karoline Araújo, o peixe-boi é amamentado pela mãe até os dois anos de idade, quando passa a aprender a encontrar alimento sozinho.
“É uma reabilitação longa e difícil, porque a mãe fica com ele por muito tempo. Então agora esse animal vai precisar permanecer em cativeiro até que possa ir se acostumando a se alimentar sozinho, passar para áreas maiores e só assim ser solto, mas em espaços monitorados”, lamenta.
A gestação do peixe boi é de 12 meses, e a fêmea gera somente um filhote. “Cada filhote que nasce é muito valioso pra gente, porque além do longo período de gestação, enquanto a fêmea está cuidando do filhote, ela não reproduz, ou seja, a mãe fica anos cuidando desse animal até que ele possa se tornar independente, só assim ela pode entrar em fase de reprodução novamente”, explica.
O peixe-boi-amazônico é considerado uma espécie “vulnerável”, segundo a classificação da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Vulnerável é quando a espécie apresenta riscos de entrar em extinção na natureza, exceto se as circunstâncias que ameaçam a sua sobrevivência e reprodução melhorem. As principais ameaças atualmente são a perda de habitat por ações humanas, a caça e captura acidental em redes de pesca.

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