Desafio nas estrelas: estudantes de Florianópolis participam da Olimpíada de Astronomia

Estudantes da Rede Municipal de Florianópolis encaram desafio da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica – Foto: PMF/Divulgação
Olhos voltados para o céu, lápis nas mãos e muita curiosidade: assim será o clima nesta sexta-feira (16) em escolas da Rede Municipal de ensino de Florianópolis. É dia de prova da OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica), uma iniciativa nacional que transforma o conteúdo de sala de aula em uma viagem interplanetária.
Na Capital, estudantes do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, de 23 escolas, estão inscritos para participar da atividade, que vai testar conhecimentos sobre a Terra, o Sistema Solar, os satélites brasileiros, o desenvolvimento da astronomia e até a origem do universo.
Mas não se trata apenas de uma disputa por medalhas. A OBA é, antes de tudo, um convite ao encantamento com a ciência. Com uma abordagem lúdica e colaborativa, a proposta mobiliza professores, diretores, estudantes e até as famílias em torno de um objetivo comum: despertar o interesse pela astronomia, pela física, pela geografia e pelo pensamento científico desde cedo.
“É uma oportunidade de sair do ensino tradicional, desafiar os alunos de forma divertida e ainda promover o trabalho em equipe”, conta a diretora de uma das unidades participantes, a Escola Básica Municipal Professora Zulma de Freitas, no bairro Ratones.
No colégio, a empolgação começou antes mesmo da prova escrita. Como parte da programação da OBA, os estudantes do 5º ano Integral participaram da Obafog (Olimpíada Brasileira de Foguetes), etapa prática que estimula a construção e o lançamento de modelos de foguetes artesanais. A etapa tem outro desafio: se o foguete de garrafa PET ultrapassar 100 metros de distância, o aluno pode até ser convidado a participar da Jornada de Foguetes, um evento nacional realizado no Rio de Janeiro.
Ciências com criatividade e sustentabilidade
O professor Diego Nogueira, responsável pelo projeto complementar da área de Ciências na Zulma de Freitas, propôs que os foguetes fossem feitos com papel reaproveitado, promovendo uma reflexão sobre sustentabilidade enquanto ensinava conceitos como aerodinâmica, propulsão e trabalho em grupo.
“Eles entenderam que ciência não é só teoria. Dá para aprender física, geografia e até ecologia brincando, criando, testando hipóteses”, explica Diego. E o resultado? “Foi uma mistura de aprendizado com pura alegria. A cada lançamento, eles vibravam, torciam, analisavam os resultados. Foi lindo de ver”, acrescenta o professor.
Trampolim para novas órbitas
A prova da OBA é aplicada em apenas uma fase, dividida em quatro níveis conforme a faixa etária, com duração de até duas horas. Além dos conteúdos tradicionais, os alunos também entram em contato com temas da astronáutica, como foguetes e satélites, e podem, inclusive, usar esse conhecimento como base para seguir em competições internacionais na área.
“Nosso papel é dar essas oportunidades. A escola pública precisa ser esse espaço onde as crianças se veem como cientistas, inventores, astronautas. Porque elas podem ser o que quiserem — e a ciência ajuda a mostrar isso”, afirma a professora que coordena o grupo na unidade.
Todos os participantes, independentemente do desempenho, receberão certificados. Professores e diretores também são reconhecidos com o mesmo carinho. Os melhores colocados receberão medalhas. Mas, no fim, o que conta mesmo é o brilho nos olhos de quem descobre que o universo é bem maior do que o conteúdo do livro didático.
Conforme determina a Lei Municipal nº 10.199, de 27 de março de 2017, a Prefeitura Municipal de Florianópolis informa que a produção deste conteúdo não teve custo, e sua veiculação custou R$2.000,00 reais neste portal.

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