Gripe aviária: governo do RS já vistoriou 300 propriedades rurais

Fiscais da vigilância sanitária nas propriedades ruraisCassiane Osório/Ascom Seapi

O governo do Rio Grande do Sul, por meio do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal, já vistoriou 300 propriedades rurais e uma granja de recria de aves no raio de dez quilômetros do foco do surto de gripe aviária, no município de Montenegro. O número, divulgado na noite deste domingo (18), representa 55% do total das 540 propriedades rurais que precisam ser vistoriadas.

Na quinta-feira (15), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) identificou um foco de influenza aviária em um criatório comercial aves destinadas à produção de ovos para incubação na região. Esse é o primeiro foco confirmado em sistema de avicultura comercial no Brasil.

O trabalho de vigilância e educação sanitária é realizado por nove equipes do Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul (SVO-RS). Cinco barreiras sanitárias já foram instaladas, com funcionamento 24 horas, e outras duas estão previstas para iniciar os trabalhos de desinfecção nesta segunda-feira (19).

Surto de gripe aviária

Gripe aviáriaReprodução

A influenza H5N1, ou gripe aviária, é uma doença viral que afeta principalmente aves, mas também pode infectar mamíferos, inclusive o ser humano. A transmissão ocorre pelo contato com aves doentes e também pela água ou pelos materiais contaminados, mas não acontece pelo consumo de carne de aves e nem de ovos.

Após a descoberta do surto, países como China e Coreia do Sul suspenderam a importação de carne de frango brasileira. Outras quatro nações e a União Europeia aderiram ao embargo: Chile, Argentina, Uruguai e México.

Apesar das restrições, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo negocia com os países importadores para restabelecer as exportações. “Temos espaço para negociar. Se eliminarmos o foco e rastrearmos os animais, o fluxo pode se normalizar antes dos 60 dias”, disse.

O Ministério da Agricultura rastreou o destino dos ovos férteis da granja com foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul. Além do próprio estado, eles foram enviados a Minas Gerais e Paraná. O governo mineiro já descartou 450 toneladas de ovos.

Cisnes e patos de zoológico morreram pela doença

Segundo o Mapa, 38 cisnes e patos do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul (RS) morreram por gripe aviária na última terça-feira (13). A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do Rio Grande do Sul já havia fechado o local para visitação desde o registro da morte dos animais, e continuará fechado por tempo indeterminado.

Sapucaia do Sul fica a cerca de 50 quilômetros de Montenegro, onde a detecção do vírus da influenza H5N1 foi confirmada. O parque tem 63 anos de existência e é o maior zoológico do estado. Atualmente, abriga cerca de 130 espécies entre répteis, aves e mamíferos, somando mais de mil animais. Além dos animais silvestres, conta com um plantel de espécies domésticas, entre elas 500 cisnes e marrecas.

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