O prefeito reeleito de Imaruí, Patrick Correa (Republicanos), teve sua diplomação cassada pela Justiça Eleitoral em primeira instância e a cidade pode passar por nova eleição. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (24). O vice-prefeito Lucenir Gomes Gutero também está no processo.
Prefeito reeleito de Imaruí teve sua diplomação cassada em primeira instância – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
A ação investiga abuso de poder econômico e político durante as eleições municipais de 2024, devido aos gastos públicos relacionados à festa de aniversário da cidade. O valor total somou R$ 421.362,17. Segundo os autos, o valor superou a média dos anos anteriores.
“Veja-se que, somados os gastos relativos aos anos de 2021, 2022 e 2023, não chegam sequer à metade dos valores despendidos no ano de 2024”, descreveu o texto.
Em quatro dias de festa, o montante representou 64,62% do orçamento da Secretaria da Indústria, Comércio, Turismo, Cultura e Juventude para todo o ano de 2024. Conforme os autos, essas despesas, sem a autorização da Justiça Eleitoral, configuram uma forma de publicidade institucional.
Caso a cassação seja mantida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, novas eleições serão realizadas em 90 dias e Correa ficará inelegível por oito anos.
O que diz a defesa do prefeito?
Em nota enviada para a reportagem do ND Mais, o advogado de defesa do prefeito, Josue Klein, afirmou que a decisão foi uma surpresa. “Não fomos notificados da decisão ainda. Vamos analisar a decisão judicial, pois foi uma surpresa muito grande. Respeitamos a decisão, mas vamos recorrer , pois acreditamos que houve interpretação equivocada dos acontecimentos e das provas apresentadas”, diz a nota.
“Gostaríamos de destacar que os eleitos obtiveram mais de 55% dos votos dos eleitores de Imaruí e estamos confiantes de que vamos conseguir demonstrar ao TRE a normalidade de toda eleição”, afirma a defesa.
Prefeito reeleito de Imaruí foi preso na Operação Mensageiro
A Operação Mensageiro investiga corrupção envolvendo desvio de verbas públicas nas áreas de coleta de lixo e saneamento em diversas regiões de SC – Foto: MPSC/Divulgação/ND
Desde 2023, o prefeito é investigado por supostas fraudes nos serviços de coleta de lixo e tratamento de água e esgoto, e por suspeita de ter recebido propinas mensais no valor de R$ 5 mil. Durante a operação, foram encontrados R$ 10 mil em seu gabinete.
Correa ficou preso de 27 de abril a 21 de setembro de 2023. Por ordem judicial, ele não pôde retornar imediatamente ao cargo. O parlamentar só assumiu novamente a prefeitura de Imaruí no dia 1º de março deste ano.
O político é o único prefeito da Amurel (Associação dos Municípios da Região de Laguna) que foi investigado e não renunciou ao cargo.
