‘Eu vou tomar um tacacá’ e fazer um também: conheça as origens do prato cantado por Joelma em música e passo a passo da receita; VÍDEO

Música da Joelma viralizou nas redes sociais e deixou internautas surpresos ao descobrirem o que era o tacacá. O g1 te mostra a receita completa, de origem indígena e típica do Pará. Tacacá é um prato típico da Região Amazônica de origem indígena.
Juliana Bessa / g1 Pará
Que o “Eu vou tomar um tacacá” está na boca do povo e da internet já deu para perceber. Mas, afinal, as pessoas sabem mesmo o que é o tacacá?
Com toda a repercussão do refrão de “Voando pro Pará”, música lançada em 2015 pela cantora paraense Joelma e que se tornou um viral nas redes sociais recentemente, muitos ficaram surpresos ao descobrir que o tacacá é um caldo de origens ancestrais amazônicas, um prato típico do Pará.
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Combinação de jambu, camarão seco, goma e tucupi pode ser encontrada pelas ruas de Belém.
Juliana Bessa/ g1 Pará
Ao entrar na “onda”, a própria Joelma gravou um vídeo mostrando a iguaria, à base de goma de tapioca e tucupi, derivados da raiz da mandioca.
Muitas pessoas demonstraram surpresa. “Eu nem sabia o que era tacacá”, comentou um usuário no vídeo. “Eu pensava que era uma bebida: tacacá”, disse outro. “ISSO É TACACÁ?????” perguntou mais um.
Origens
O tucupi é um molho tradicional da região Norte do país. O líquido é extraído da mandioca e possui cor amarelada.
Juliana Bessa / g1 Pará
As origens do tacacá, um caldo amarelo em cor viva com poucos ingredientes, remontam ao século XVIII, antes da chegada dos portugueses.
“O tacacá era feito por povos indígenas antes da colonização. É uma palavra que deriva do tupi ‘Mbae Tykycú’, que, segundo o escritor José Veríssimo significa ‘cousa para beber aos tragos’. Afinal, esta bebida era e é consumida em cuias ou tigelas ‘aos traços ou pequenos goles”, explicou a historiadora da alimentação Sidiana Ferreira.
Tacacá é servido muito quente em cuias que são levadas diretamente à boca.
Juliana Bessa / g1 Pará
Contudo, o tacacá atual é o resultado de trocas ao longo dos anos, que partiram de um preparo onde, em uma espécie de panela com água fervente, os nativos adicionavam a goma diluída da mandioca em água fria e, depois, ao tucupi, bebida amarela também derivada da mandioca.
“Apenas isso, mas, em algumas tribos eram acrescentados pedaços de peixe e, em outras, formigas saúvas. O tacacá era um alimento consumido nas principais refeições de alguns grupos indígenas”, completou a pesquisadora.
Aprenda a fazer
Glícia White é empreendedora do restaurante e food truck Antonica.
Juliana Bessa / g1 Pará
Descendente de barbadianos, Glícia White é empreendedora desde 2013 e criou o restaurante e food truck Antonica inspirado na avó, de mesmo nome, para encontrar uma fonte de renda do seu principal talento: a gastronomia. Ao g1, ela fez o passo a passo do tacacá paraense atual, desde onde encontrar os ingredientes, passando pelo modo de preparo, à montagem.
Receita ensina a fazer um tacacá
Reúna os seguintes ingredientes
Um litro de água;
Dois litros de tucupi;
500g de goma de mandioca;
Cinco maços de jambu;
500g camarões frescos dessalgados;
Um maço de chicória;
Um maço de alfavaca;
Cinco dentes de alho;
Sal a gosto.
Modo de preparo
Em uma panela coloque o tucupi, a alfavaca, a chicória, dois dentes de alho e tempere com sal a gosto. Deixe ferver por uns 20 minutos;
Em outra panela, ferva um litro de água com sal, três dentes de alho e chicória. Dissolva a goma da mandioca e misture na água fervendo.
Cozinhe o jambu em água fervente por cinco minutos. Não esqueça de limpar bem o jambu.
Montagem
A goma é mistura incolor e pastosa colocada na cuia.
Juliana Bessa / g1 Pará
Em uma cuia ou tigela, coloque duas conchas de tucupi, depois duas conchas de goma (a gosto) e jambu à vontade. Inclua os camarões e finalize com o tucupi.
Ingrediantes do tacacá.
Juliana Bessa/ g1 Pará
“Não importa o calor que esteja fazendo, a hora do Tacacá em Belém é às 14h, como nos aponta o escritor Dalcídio Jurandir ou ‘entre as quatro e cinco da tarde, quando o sol arrefece. Na rua ou nas casas, essa é a hora do tacacá. A hora ritual”, descreveu Sidiana.
Ela completa: “Paraense toma tacacá de tarde, ‘suando’ com o calor e feliz pelo tacacá estar ‘fervendo’ de bom”
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