Estabelecimento funciona dentro de estrutura de banca de revista e tem ganhado adeptos. É possível levar um livro para trocar por outro, em banca de Belém. Só não são aceitos livros escolares e religiosos.
Lissa de Alexandria/ g1
O mundo mudou e as charmosas bancas de revista espalhadas pelas cidades fecharam ou passaram a ter novas funções para suprir necessidades imediatas da população, como prestar o serviço de cópias de documentos. Uma dessas bancas, em Belém, virou uma tabacaria, mas ainda carrega um “q” de banca só que de livros, mas não com finalidade comercial, e sim, de estímulo à leitura. O ponto adotou o sistema de troca gratuita de livros: você leva um livro e sai com outro.
Quem teve a ideia foi o empreendedor, dono da tabacaria, Leandro Carlos Villas-Boas. Ele e a esposa saíram de São Paulo para Belém, e na capital paulista ele já empreendia, só que em um ramo completamente diferente: Tecnologia da Informação.
No Pará, o casal percebeu que não havia muitas tabacarias na capital e na Região Metropolitana de Belém, e resolveram apostar no negócio.
Inicialmente, Leandro abriu a tabacaria em Ananindeua, cidade vizinha à Belém, e o negócio deu certo. Na capital paraense, apostaram em uma loja dentro de um pequeno shopping, chamado de galeria, em uma avenida conhecida da cidade, a Braz de Aguiar.
Com a pandemia, ambiente físico ficou fechado, houve necessidade de reforma, e quase ao mesmo tempo, o antigo dono da banca, que fica em frente à galeria, pôs a estrutura para vender. Leandro decidiu areendar o espaço e transformá-lo em tacabari com troca gratuita de livro.
“É uma coisa que eu tenho percebido, as bancas permanecem bancas, mas talvez com outro negócio dentro”, disse o empreendedor.
Dono de tabacaria adota sistema de troca de livros, em Belém
Lissa de Alexandria/ g1
Se não entra pela tabacaria, entra pelo livro
Leandro pensou em como manter parte da banca com a funcionalidade tradicional, mas sabia que se mantivesse venda de revista, não iria ter muita saída.
Entre os produtos típicos de tabacaria, empreendedor adotou sistema de troca de livros dentro de banca de revista
Lissa de Alexandria
Ele já tinha visto em alguns locais na Ilha de Mosqueiro e também em São Paulo, uma estante ou armário com livros, que a pessoa podia pegar e levar, de forma gratuita, e daí surgiu a ideia de manter parte da estrutura com livros.
“A banca é legal porque é esse espaço coletivo, sem discriminação, sem segregação de questão financeira, qualquer um tem acesso. Tivemos um público, o da galeria, que perdemos, mas ganhamos um novo, que é esse passante, que olha algo interessante e entra, seja pela tabacaria, seja pelo livro”.
Leandro está há um ano e meio com negócio em funcionamento dentro da banca. Com a adoção do sistema de trocas, o empreendedor teve dificuldade de obter os livros e precisou fazer um investimento inicial.
“Fiz pedido nas redes sociais para que doassem livros, mas não recebei nenhum. Aí comprei mais de 200 livros. Demos presentes para quem doava depois que adotamos isso, e as pessoas passaram a vir e trocar e começou a funcionar”.
“Temos senhoras que vem periodicamente aqui trocar livros, algumas vem semanalmente saber as novidades, outros reservam para pegar depois, porque não trouxe o livro de troca e reservamos, e elas acabavam levando um incenso. É muito legal o feedback dos clientes quanto ao uso desse espaço. Foi muito positivo”, completa Leandro.
Alguns tipos de livro, como religiosos e escola, não são aceitos, os demais, o espaço aceita doação. Na primeira loja do empreendedor, em Ananindeua, a ideia é reproduzir a troca de obras.
“Acesso ao livro físico está sendo perdido, então é legal manter esse material”.
Banca fica localizada na Av. Braz de Aguiar, na esquina da Tv. Rui Barbosa
Reprodução
O espaço para a troca de livros fica na Avenida Braz de Aguiar, na esquina da Travessa Rui Barbosa, no bairro de Nazaré.
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