Sistema OCB/GO mostra como cooperativas podem se proteger de ciberataques na era de IA


O 4º Fórum de Tecnologia e Inovação reuniu especialistas para debater cibersegurança e Inteligência Artificial Auditório da OCB/GO ficou repleto de interessados em segurança digital
Sílvio Simões
O 4º Fórum de Tecnologia e Inovação, realizado pelo Sistema OCB/GO nesta quinta-feira (3), transformou o auditório do Edifício Goiás Cooperativo em um hub de debates sobre cibersegurança e Inteligência Artificial (IA). O evento reuniu cooperativistas e profissionais de TI para discutir os desafios e oportunidades da era digital para o setor.
Na abertura, Luís Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/GO, destacou os investimentos em inovação que a entidade tem feito e a importância de inspirar as cooperativas goianas. “Tenho certeza de que vocês vão levar muitas ideias de volta para iniciar processos de inovação em suas cooperativas”, afirmou.
Riscos
O primeiro painel abordou os riscos cibernéticos no contexto da IA, com moderação de Gustavo Duani, COO da Infomach. Ele ressaltou que a segurança da informação não deve ser vista como custo, mas como investimento essencial. “Um único ataque pode causar prejuízos imensos”, destacou.
João Oliveira, CISO do Grupo Madero, reforçou a necessidade de desconfiar sempre. “Os hackers estão constantemente buscando enganar os usuários. A prevenção deve ser contínua”, disse. Já Izaías Gomes, do Grupo Piracanjuba, enfatizou a importância da educação dos colaboradores. “Ataques são altamente personalizados. É preciso conscientizar as equipes para desconfiar de ofertas suspeitas e proteger os dados corporativos”, explicou.
E o que fazer depois que um ataque cibernético acontece? Esse foi o tema debatido em outro painel, desta vez com Rodrigo Almeida, do Conselho Nacional de Justiça, que compartilhou sua experiência na recuperação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) após o ataque hacker de 2020. “Segurança da informação é trabalhar com a possibilidade de falha. Precisamos ser resilientes”, afirmou.
Deepfake
Fouad Ata, CTO da Infomach, com mais de 25 anos de experiência em TI e segurança da informação, chamou atenção para o lado negativo da IA nas mãos de criminosos. “Antes, os e-mails de phishing tinham erros de português, e isso ajudava a identificá-los. Hoje, com IA, criminosos de qualquer país criam mensagens perfeitas, imitando instituições financeiras para roubar dados bancários”, alertou.
Fouad também destacou o perigo do deepfake. “Hackers já simulam ligações de vídeo falsas, usando a voz e a imagem de gestores para enganar colaboradores e solicitar transferências fraudulentas via PIX. A tecnologia está tão avançada que fica difícil distinguir o que é real”, explicou. Mas a IA também é uma forte aliada. Fouad ressaltou que “hoje existem antivírus modernos que só usam IA”.
Antonio Alves, fundador da Auramind.ai e da Infomach, reforçou que a IA já está no dia a dia das empresas. “A IA não é mais o futuro, é o presente. Mesmo que empresas e entidades ainda não tenham implementado formalmente essas ferramentas, seus colaboradores já estão usando no cotidiano”, disse. “⁠Pela primeira vez na história, algo revolucionário nasceu barato”, acrescentou.
Smartcoop
Um dos destaques do evento foi a apresentação da Smartcoop, plataforma de inteligência agrícola representada por Guillermo Dawson, vice-presidente da CCGL. A ferramenta cruza dados climáticos, sanitários e de produtividade para auxiliar o agricultor na tomada de decisão.
Com imagens de satélite, a plataforma monitora lavouras e identifica problemas pontuais, como variações no vigor das plantas. “Atualmente, a Smartcoop atende 26 cooperativas, com 18 mil usuários ativos e 847 mil hectares mapeados no Rio Grande do Sul”, disse Guillermo.
Antifraude
O 4º Fórum ainda abordou o tema “Sistema Antifraude e Inteligência de Dados”, com João Paulo Machado, superintendente de Operações de TI do Sicoob, e Thiago Labliuk, gerente executivo de Riscos e Prevenção para Brasil e Latam na Edenred.
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