Uma tela em branco para uma pintura bem diferente das tradicionais. O cavalete deu lugar a um palito de dente, que segura o mais novo quadro de Margarida Bernardi, de 80 anos. A moradora de Ilhota, no Vale do Itajaí, eternizou uma paisagem na casquinha do ovo de lagartixa.
Moradora de Ilhota pinta ovo de lagartixa e cria quadro em miniatura na casquinha – Foto: Divulgação/Arquivo pessoal/ND
A escolha inusitada foi um desafio para Margarida, que levou mais de uma semana para concluir a pintura. “Eu demorei porque sentia dor nos olhos e, por isso, levou mais tempo”.
Pintura em ovo de lagartixa
Margarida conta que um dia foi fazer uma limpeza no guarda-roupa do quarto de visitas e viu o ovo de lagartixa. “Eu peguei ele com todo o cuidado e disse pra mim mesma que ia pintar ele”, lembra.
A idosa explica que a pintura na casquinha é uma paisagem. Ela descreve todos os detalhes da sua obra de arte. “Tem uma casinha, uma pessoa sentada, água correndo, um barquinho à vela, cerquinha e árvore e até um palmeirim – peça de madeira presente em diversos trabalhos de carpintaria”, explica.
Veja o vídeo da pintura
Margarida levou mais de uma semana para concluir pintura em ovo de lagartixa- Vídeo: Divulgação/Arquivo pessoal/ND
Casa decorada para Páscoa
Outra paixão de Margarida é em decorar a casa para as datas comemorativas. Neste momento, sala de estar, de jantar, cozinha e quintal estão em clima de Páscoa.
“Tenho vários galhos de árvores decorados com casquinhas de ovos naturais de galinha. Não tenho netos, mas muitos vizinhos vem até minha casa para ver a decoração. O visitante mais longe que recebi foi de Florianópolis. Ele veio aqui em casa só pra ver meus enfeites”.
Moradora de Ilhota decora toda casa para Páscoa – Foto: Divulgação/Arquivo pessoal/ND
Margarida lembra que o costume iniciou há muito tempo. “Quando eu ia para o centro sempre trazia alguma coisa nova e fui juntando todos meus enfeites. Faço o mesmo no Natal, pois sou apaixonada por essas datas”.
A casa de Margarida não é aberta para visitação ao público. Ela explica que já recebeu visitantes, mas a maioria deles conhecidos.
“Não abro para todo mundo, é mais para conhecidos. Essa coisa de visitação começou quando meu marido era vivo. Na época ele fazia tratamento no hospital e convidava todos que trabalhavam lá pra ver a decoração. Um foi falando para o outro e hoje muita gente conhece”.