
Declaração Pan-Amazônia foi entregue em 2019, pelo à época governador do Amapá Waldez Góes (PDT). Pontífice morreu às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). Papa Francisco morre nesta segunda-feira (21)
Divulgação/Vaticano News
Reconhecido pela proximidade com os fiéis, papa Francisco foi também um líder preocupado com a preservação da Amazônia e das comunidades tradicionais. Em 2017, quatro anos após o início do seu pontificado, Francisco convocou, pela primeira vez, um sínodo – assembleia de párocos convocada pelo bispo – dedicado à Amazônia.
Já em 2019, durante a 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan Amazônia, Francisco recebeu do então governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), a declaração Pan-Amazônia, documento que reunia as demandas dos povos da floresta amapaense.
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A declaração entregue ao papa Francisco destacava o compromisso da comunidade internacional para o desenvolvimento sustentável da região, apresentando as oportunidades e os desafios regionais no curto, médio e longo prazo, pelos próximos dez anos.
O pontífice, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, se mostrou preocupado com os caminhos da Amazônia. Francisco buscava a harmonia entre os preceitos da Igreja Católica e uma floresta em pé, dando protagonismo aos povos que habitam essa região.
“O nosso sonho é de uma Amazônia que integre e promova todos os seus habitantes, para poderem consolidar o bem viver. Mas impõe-se um grito profético e um árduo empenho em prol dos mais pobres.” É assim que o Papa Francisco começou a exortação Querida Amazônia, escrita por ele após o Sínodo para a Amazônia em 2019.
Jorge Mario Bergoglio morreu aos 88 anos, às 2h35 pelo horário de Brasília (7h35 no horário local), desta segunda-feira (21). As informações foram confirmadas pelo Vaticano.
Declaração foi entregue durante a 1º Cúpula de Governadores da Pan-Amazônia
Gea/Divulgação
PRIMEIRO JESUÍTA: Morre Francisco, o papa de hábitos simples que lutou para mudar a Igreja
Em nota, o bispo da Diocese de Macapá, Dom Antônio de Assis Ribeiro, afirmou que o magistério de Francisco foi aberto, estimulante, animador, inspirador, encorajador, renovador […] (veja nota na íntegra no final desta matéria).
Autoridades políticas do Estado também se manifestaram sobre o assunto, destacando o papa como uma referência para a sociedade (acompanhe no final desta matéria).
O Santo Terço seguido da missa que ocorre diariamente na catedral da capital, nesta segunda-feira será em memória a Francisco. As celebrações começam às 11h.
O adeus ao papa Francisco
Autoridades do Amapá lamentaram a partida do papa nas redes sociais. O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Goés, disse em um dos trechos da publicação que Francisco deixou um legado incalculável de bondade, caridade e tolerância.
O governador do estado, Clecio Luís (Solidariedade), destacou que o pontífice viveu inspirado em São Francisco de Assis, com os pés descalços e coração aberto, fazendo a sua voz um abrigo para os que mais sofrem.
O prefeito da capital, Dr. Furlan (MDB), destacou que Francisco foi sempre justo, defendia os mais vulneráveis e lutava pelos necessitados, acolhendo todos sem distinção.
Os senadores do Amapá, Lucas Barreto (PSD), Davi Alcolumbre (União Brasil) e Randolfe Rodrigues (PT) também se manifestaram.
“Líder de fé, símbolo de simplicidade e defensor incansável da paz e do diálogo entre os povos”, disse Lucas. Alcolumbre, Presidente do Senado e do Congresso Nacional, relembrou a missa que assistiu celebrada por Francisco.
“Como Presidente do Senado e do Congresso Nacional e, como judeu, expresso a minha mais profunda admiração e respeito pela vida e obra do papa. Em 2019 tive a honra de assistir a uma missa celebrada pelo Papa Francisco, e essa experiência me deixou uma marca profunda. Sua presença, sua palavra e sua benção ficarão para sempre em minha memória”, disse.
Randolfe destacou Francisco como um verdadeiro pastor, dedicado à promoção da paz, da justiça social e da dignidade humana. Segundo ele, a liderança espiritual do papa transcendeu fronteiras, tocando corações e inspirando ações em prol dos mais necessitados
Alliny Serrão (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), expressou hombridade à igreja católica. “Seu legado de fé, empatia e diálogo permanecerá vivo na história da humanidade. Expresso minha solidariedade à Igreja Católica e a todos os que hoje choram essa perda”, disse Serrão.
Papa Francisco
Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto.
À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu.
“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, diz comunicado oficial.
Leia nota da Diocese de Macapá na íntegra:
Hoje, dia 21 de abril de 2025, acordamos com a notícia da passagem do Papa Francisco para a Morada Eterna. Demos graças a Deus por sua vida, serviço e testemunho de paixão por Jesus Cristo e amor à Igreja.
O Papa Francisco nos deixou um magistério poliédrico (de muitas dimensões), humanista e, sobretudo, marcado por uma profunda sensibilidade missionária. Dizia que a Igreja precisa de “uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão” (EG, 25); que é necessária uma reforma das estruturas eclesiais e pastorais para que “todas elas se tornem mais missionárias” (EG, 27). Preferia “uma Igreja ferida e suja, que sai pelas ruas, do que uma Igrejaprisioneira de si mesma. Que não se tenha medo de deixar se inquietar pelo fato de que muitos irmãos vivem sem a amizade de Jesus” (EG, 49).
Seu magistério é aberto, estimulante, animador, inspirador, encorajador, renovador… recheado de frases provocantes com fortes recomendações como estas presentes na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium: “Não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário!” (EG, 80); “Não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização!” (EG, 83); “Não deixemos que nos roubem a esperança!” (EG, 86); “Não deixemos que nos roubem a comunidade!” (EG, 92);
“Não deixemos que nos roubem o Evangelho!” (EG, 97); “Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!” (EG, 101); “Sejamos realistas, mas sem perder a alegria, a audácia e a dedicação cheia de esperança.” (EG, 109); “Não deixemos que nos roubem a força missionária!” (EG, 109).
Renovemos o nosso Amor a Jesus Cristo, nossa fidelidade à Igreja e paixão pelo Reino de Deus; continuemos a ler e a assimilar a beleza, largueza e profundidade do Magistério do seu Pontificado. O Espírito Santo conduz a Igreja e a quer sempre renovada! Façamos a nossa parte, rezemos pelo repouso eterno do Papa Francisco e pelo próximo consistório!
Cordialmente, Dom Antônio de Assis Ribeiro, SDB
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