Seminarista que entregou ao papa Francisco pedido de elevação de Santuário de Tatuí para Basílica diz que título foi graça concedida pelo pontífice: ‘Dever cumprido’


Encontro aconteceu durante uma missa no Vaticano, em Roma, em agosto de 2021, e gravado pelo seminarista. Meses depois, Santuário Nossa Senhora da Conceição de Tatuí (SP) foi elevado para Basílica Menor. Fiel entrega ao Papa mais de 10 kg de documentos que pedem elevação de Santuário em Tatuí
O seminarista da Diocese de Itapetininga (SP) que entregou pessoalmente ao papa Francisco os documentos com o pedido de elevação do Santuário Nossa Senhora da Conceição de Tatuí (SP) à Basílica Menor conta que a conquista do título foi uma graça concedida pelo pontífice, e que reflete a importância e o reconhecimento do Vaticano.
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O encontro aconteceu durante uma missa no Vaticano, em agosto de 2021, e gravado pelo seminarista. No vídeo, Leonardo Costa de Camargo Bastos entrega uma pasta ao pontífice contendo os documentos traduzidos que pediam a elevação do Santuário à Basílica (assista acima). Meses depois, Tatuí (SP) recebeu a notícia que o pedido havia sido concedido.
Papa Francisco morreu aos 88 anos, às 2h35 (pelo horário de Brasília). As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado internado por 38 dias.
Além de mais 10 kg de documentos, Leonardo entregou uma pasta decorada ao Papa Francisco que pede elevação do Santuário de Tatuí (SP)
Leonardo Costa de Camargo Barros/ Arquivo Pessoal
Ao g1, Leonardo falou sobre a conquista do título de Basílica Menor, e sobre a experiência de se encontrar pessoalmente com o papa em Roma. O seminarista também lamentou a morte de Francisco, e enfatizou a importância dele para os fiéis de Tatuí.
“Grande foi minha surpresa ao conseguir saudá-lo, entregar a pasta com o documento e, aproveitando o ensejo, também e entregar uma carta pessoal ao papa. Foi um momento único. O papa veio em minha direção, me saudou amavelmente e agradeceu o ‘presente'”, conta.
Diocese de Itapetininga (SP) preparou mais de 10 kg de documentos que justificam a proposta de elevação do Santuário Nossa Senhora da Conceição de Tatuí (SP).
Leonardo Costa de Camargo Barros/ Arquivo Pessoal
O título de Basílica Menor reconhece igrejas com importâncias históricas e arquitetônicas. Leonardo, que morou na Itália durante dois anos, conta que, ao retornar para o Brasil, em 2021, foi acolhido pelo padre Élcio Roberto de Góes, e recebeu um pedido inesquecível.
“Ele solicitou minha ajuda com a compilação e tradução dos documentos do processo de elevação do Santuário Nossa Senhora da Conceição de Tatuí para se tornar Basílica Menor. Considerando que, durante a pandemia, as viagens internacionais eram muito restritas e, como eu possuía os documentos de residência italiana ainda válidos, foi-me solicitado partir com representante da diocese para levar pessoalmente os documentos para o Vaticano”, conta.
Após entregar mais de 10 quilos de documentos ao Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, Leonardo estava com esperanças de se encontrar com Francisco e entregá-lo os mesmos documentos pessoalmente. E conseguiu. “Fiquei quase que sem acreditar naquele encontro único, que marcou a minha vida”, afirma.
Meses depois, o anúncio da elevação foi apresentado pelo reitor do templo na época, Padre Élcio, por meio de uma transmissão ao vivo pela internet.
“O reconhecimento, tanto histórico quanto artístico, quanto devocional, reflete o trabalho da comissão, que se empenhou para levantar as informações. O fato do santuário se tornar a basílica para a cidade é uma graça. Singular para toda a diocese de Itapetininga, porque também se torna o centro da vida litúrgica, juntamente com a Catedral e a outra Basílica de São Miguel Arcanjo”, afirma Leonardo.
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Leonardo Costa de Camargo Barros/ Arquivo Pessoal
Cartas do papa e influência na trajetória
Ao todo, Leonardo conta que já recebeu duas cartas do papa. A primeira foi na época em que morou na Itália, onde realizou parte da formação religiosa com os Frades Menores. Antes de voltar ao Brasil, durante a pandemia, o seminarista escreveu para o pontífice.
“Surpreendentemente, em duas semanas recebi uma carta do papa me orientando a seguir com minha decisão, dando-me sua benção e presenteando-me com um terço. Aquilo para mim foi um sinal, uma confirmação que ratificava minha decisão”.
Já na segunda carta enviada pelo papa em 2021, o representante reforçou os votos ao fiel e o abençoou.
Leonardo afirma que Francisco também foi uma grande influência para escrever seu livro, chamado “A arte que nos catequiza”, lançado em 2022 pelo seminarista. A obra foi publicada em comemoração ao Jubileu de 200 anos da Basílica.
“Seus exemplos são um farol luminoso que me indicam que, na minha vocação, a misericórdia deve ser sempre a máxima norteadora, que o exemplo deve falar mais que os discursos, e que a vida só tem sentido se ela é doada com amor, sem pretensões de poder, fama ou dinheiro”, afirma.
“Existe um sentimento de conforto que nasce da firme certeza que o Santo Padre procurou corresponder com a missão a ele confiada com todas as suas forças e com todo seu coração, fazendo aquilo que em consciência era melhor para o bem da Igreja e a salvação das almas”, finaliza.
Seminarista em Itapetininga (SP), Leonardo Costa de Camargo Barros recebeu duas cartas enviadas pelo papa Francisco. A primeira foi entregue com uma chave, simbolizando o pontificado
Arquivo pessoal/Leonardo Costa de Camargo Barros
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