A história por trás da capela que o Papa Francisco escolheu ser enterrado

A Basílica de Santa Maria Maggiore, onde o Papa Francisco escolheu ser enterrado – Foto: Basílica de Santa Maria Maior/Reprodução/ND
Ao traçar seu plano funerário, o Papa Francisco requisitou que, ao morrer, fosse sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, onde está guardada a imagem da Salus Populi Romani, um ícone mariano pelo qual o Jorge Mario Bergoglio sempre demonstrou devoção.
Caso seu pedido seja concretizado, ele quebrará a tradição secular da igreja e não será sepultado nas Grutas do Vaticano, criptas localizadas sob a Basílica de São Pedro. Fora do Vaticano, a Basílica Papal de Santa Maria Maior domina a cidade de Roma há dezesseis séculos.

 
A Basílica de Santa Maria Maggiore, local de descanso do Papa Francisco
Conforme a história oficial da Basílica de Santa Maria, o local situa-se no alto do Monte Esquilino, sendo uma das quatro Basílicas Papais de Roma. Segundo manuscristos, na noite de 5 de agosto de 358, a Nossa Senhora apareceu em sonho ao patrício João e à sua esposa.
A Virgem prometeu-lhes que realizaria o desejo de terem um filho por meio de um milagre. Em troca, uma igreja deveria ser erguida em sua homenagem. O casal foi ter, então, uma conversa com o Papa Libério, que revelou ter tido o mesmo sonho.
Ao despedirem-se, eles encontraram uma parte da colina do Esquilino coberta de neve: era lá que a capela seria erguida.
A consagração da atual Basílica, erigida pelo Papa Sisto III após o Concílio de Éfeso em 431, foi realizada exatamente no dia do milagre. Em memória do acontecimento, todos os anos são feitas celebrações solenes, cujo ponto alto é uma chuva de pétalas brancas que cai do teto sobre o Altar-Mor.

Salus Populi Romani
A Basílica conserva o mais importante ícone mariano, a Salus Populi Romani. A tradição atribui a imagem a São Lucas, Evangelista e patrono dos pintores. O Papa Francisco coloca as suas viagens apostólicas sob a proteção da Salus, que costuma visitar antes da sua partida e depois do seu regresso.
Ao fazer isso, ele segue uma tradição dos jesuítas, que desde a origem da Companhia de Jesus promoveram o culto e distribuíram cópias do ícone em todo o mundo. O painel de madeira de cedro mostra Nossa Senhora em pé, com o Menino em seus braços.
Salus Populi Romani, ícone mariano – Foto: Basílica de Santa Maria Maior/Reprodução/ND
É possível visitar a basílica onde o Papa Francisco será enterrado?
De acordo com o site oficial da capela, a Basílica de Santa Maria Maggiore está aberta diariamente das 7h às 19h, com entrada gratuita. O Complexo Museológico Liberiano, por sua vez, abre de segunda-feira a sábado, das 9h30 às 18h com a última entrada às 17h30.
Pode-se visitar o Museu Histórico Liberiano, a Loggia das Bênçãos, a Sala dos Papas, a Escadaria de Bernini e as escavações arqueológicas com a aquisição de um ingresso na recepção, situada sob o pórtico, ou com reserva através do endereço e-mail: [email protected].
É possível ainda reservar uma visita guiada à Basílica ou às escavações arqueológicas com um guia oficial dos Museus do Vaticano. Na recepção pode-se alugar um audioguia que acompanha a visita da Basílica em cinco línguas, sendo elas o italiano, inglês, espanhol, alemão e francês.
Funeral de Francisco
Segundo o Vaticano, o corpo do Papa Francisco será colocado no caixão nesta segunda-feira (21), às 15h, em uma cerimônia reservada na capela da residência Santa Marta, onde o pontífice vivia. O rito será conduzido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Igreja Romana.
Papa Francisco deixa legado para o mundo – Foto: Vatican News/Reprodução/ND
Atendendo a um pedido feito em vida, Francisco ordenou que os rituais fúnebres fossem simplificados.
Ele descartou, por exemplo, o uso do tradicional catafalco, a plataforma onde os corpos dos papas eram expostos. O corpo será acomodado em um caixão simples de madeira, revestido com zinco, e ficará com a tampa aberta para a despedida dos fiéis.
A partir desta terça-feira (22), o corpo do pontífice será exposto por três dias na Basílica de São Pedro, onde fiéis poderão prestar as últimas homenagens. Pela tradição, o funeral papal ocorre seis dias após a morte e é presidido pelo decano do Colégio.

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