Sujeira, mau cheiro e prejuízos: presença de garças em Santarém volta a ser alvo de queixas


Moradores e comerciantes da área central relatam risco de acidentes com queda de árvores. Ações emergenciais para lidar com a situação estão sendo adotadas. Garça descansa em ninho no alto de árvore na avenida São Sebastião, uma das áreas mais afetadas pela concentração das aves no centro de Santarém.
Amarildo Gonçalves/TV Tapajós
Em Santarém, no oeste do Pará, moradores e comerciantes das avenidas Mendonça Furtado, Rui Barbosa e São Sebastião estão enfrentando transtornos e prejuízos diários por conta das garças que se instalaram nos galhos das árvores dessas movimentadas vias do centro da cidade. Na manhã desta quarta-feira (23), uma equipe técnica foi ao local para avaliar medidas emergenciais.
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As principais queixas dos comerciantes giram em torno do forte odor das fezes das aves, que impregna o ambiente, e da sujeira visível nas calçadas e nas próprias árvores.
Segundo o biólogo da Semma, Lenon Rêgo, a presença contínua das aves está acelerando o processo de morte das árvores, devido ao acúmulo de fezes, que possuem alta concentração de ureia e provocam a degradação do tronco e dos galhos. Com isso, moradores das proximidades temem quedas que possam causar acidentes.
Agentes do Corpo de Bombeiros atuam na avenida São Sebastião durante ação conjunta para avaliar riscos e buscar soluções para a presença excessiva de garças no local
Amarildo Gonçalves/TV Tapajós
“Estamos vendo que muitas dessas árvores já estão praticamente mortas. Existe um risco real à segurança de pedestres e motoristas. O excesso de fezes e urina compromete o estado fitossanitário das plantas, tornando urgente a intervenção”, explicou.
Lenon também destacou que as garças começaram a ocupar a região há cerca de quatro anos, e que o ciclo de permanência dos filhotes nos ninhos pode levar até três meses, um prazo considerado arriscado para se aguardar sem qualquer ação.
A situação foi discutida em diversas sessões na Câmara Municipal de Santarém, o que levou à mobilização da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).
Entre as ações em estudo está o resgate dos filhotes de garças para uma área de mata fora da zona urbana, o que pode incentivar os adultos a migrarem naturalmente. Contudo, o processo exige cuidados, pois envolve manejo de animais silvestres e riscos para as próprias árvores já debilitadas.
Uma das propostas é formar um grupo técnico permanente para pensar estratégias sustentáveis de manejo das aves urbana.
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