Indenizações do acidente de Vinhedo não fazem parte da recuperação judicial, diz Voepass

Acidente de Vinhedo foi o mais letal no Brasil desde 2007 – Foto: Reprodução/Secretaria de Segurança de São Paulo
Os processos indenizatórios envolvendo o acidente de Vinhedo (SP) não estão incluídos na recuperação judicial pedida pela Voepass na terça-feira (22). Segundo a companhia, a responsabilidade pelas negociações das indenizações é da seguradora, e não fazem parte do montante de dívidas apresentado.
O acidente aéreo, ocorrido em agosto de 2024, deixou 62 mortos e levou à suspensão das operações da empresa pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Em nota, a Voepass afirmou que, caso o pedido de recuperação judicial seja aceito pela Justiça, os passivos da empresa serão congelados e posteriormente negociados para atendimento aos credores, o que não inclui os pagamentos relativos ao acidente de Vinhedo.
Pedido de recuperação judicial da Voepass foi apresentado meses após o acidente de Vinhedo
Desde a queda do avião, a companhia está sob fiscalização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que suspendeu suas operações em março deste ano após identificar falhas relacionadas à segurança.
Voepass justifica que seguradora é responsável pelas indenizações do acidente de Vinhedo – Foto: Voepass/Reprodução/ND
Na petição de recuperação judicial, a Voepass afirmou que tem atuado desde a suspensão para cumprir as exigências da agência reguladora. “De maneira colaborativa e transparente com o órgão regulador, apresentando todas as comprovações técnicas e operacionais exigidas, com foco na segurança e na retomada das atividades o mais breve possível”, declarou a empresa.
Ainda em abril, a Voepass anunciou a demissão de parte de seu quadro de trabalhadores, sem informar o número de desligamentos. Tripulantes e funcionários de aeroportos e de áreas administrativas foram afetados. A medida, segundo a empresa, buscou “readequar o quadro de funcionários à nova realidade”.
O avião da companhia aérea Voepass transportava 62 pessoas quando caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, agosto de 2024 – Foto: Voepass/Divulgação/ND
Este é o segundo pedido de recuperação judicial da Voepass. Em 2012, quando ainda operava sob o nome Passaredo, a companhia ingressou em um processo semelhante, concluído apenas em 2017.
Em nota à imprensa, a empresa classificou o cenário atual do transporte aéreo regional no Brasil como “desafiador”. O presidente da Voepass, José Luiz Felício Filho, afirmou que a recuperação judicial foi “a única alternativa para viabilizar uma reestruturação completa” e manter a continuidade das operações.

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