Profecias de São Malaquias prevê próximo papa e destruição de cidade: ‘Tremendo Juiz julgará’

Após a morte do Papa Francisco, surgiram diversas teorias e entre elas, as profecias de São Malaquias voltaram a chamar atenção – Foto: Divulgação/Vatican News
Após a morte do Papa Francisco, um livro conhecido como “Profecias de São Malaquias”, está chamando atenção de fiéis e estudiosos. Escrito por volta do ano de 1143 d.C., os textos se refere a uma lista de 112 dísticos latinos que supostamente descrevem os papas da Igreja Católica.
O livro foi lançado inicialmente em 1595 e se tornou fruto de grandes debates ao longo dos séculos. Por isso, de Celestino 2º (1143) até o último papa, o texto revela o que precederia a segunda vinda de Cristo.

Na 112ª profecia, São Malaquias escreveu: “Durante a última perseguição à Sagrada Igreja Romana, ele assentará, Pedro, o Romano, que apascentará as ovelhas em meio a muitas tribulações. Passadas estas, será destruída a cidade das sete colinas Roma e o Tremendo Juiz julgará o Seu povo. Fim.”
Porém, o que realmente sabemos sobre essa profecia que prediz a identidade dos papas até o fim dos tempos?
Quem foi São Malaquias
São Malaquias foi um monge beneditino irlandês do século 12. A primeira referência à profecia surgiu em 1595, quando foi publicada por Arnold de Wyon. Apesar disso, a sua veracidade nunca foi confirmada pela Igreja Católica.
Embora muitos considerem a profecia uma invenção ou uma manipulação para eleger os papas, na época, análises realizadas pela organização Padre Paulo Ricardo indicam que, embora a profecia não seja oficial, ela ainda gera muitos “burburinhos”.
Livro “Profecias de São Malaquias” está chamando atenção – Foto: Rerodução/Andreas F. Borchert/ND
As profecias de São Malaquias são verdadeiras?
Um estudo realizado por historiadores da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), indica que a maioria dos textos presentes nas profecias de São Malaquias corresponde bem aos papas até o século 16.
Um exemplo notável é a correspondência do “Avis Ostiensis” (Ave de Óstia) com o papa Gregório 9º, que foi cardeal-bispo de Óstia. Outro exemplo seria “De parvo homine” (Do homem pequeno), atribuído a Pio 3º, devido ao seu nome Francisco Piccolomini, que significa “pequeno homem”.
Após o pontificado de Urbano 7º, os historiadores alegam que a profecia passa a se tornar mais vaga e imprecisa. No entanto, estudiosos da organização Padre Paulo Ricardo sugerem que, mesmo nos papas recentes, é possível identificar correspondências com os dísticos. Por exemplo:

“Crux de cruce” (Cruz oriunda da cruz): para Pio 9º, que sofreu perseguições da Casa de Savoia, cujo brasão ostentava uma cruz.
“Religio depopulata” (Religião devastada): para Bento 15º, que liderou a Igreja durante a Primeira Guerra Mundial, um período de grande devastação.

Esses exemplos ajudam a sustentar a ideia de que a profecia possui uma conexão com a realidade histórica dos papas, o que leva muitos a refletirem sobre a veracidade das previsões contidas nela.
A profecia revela o “Fim dos Tempos”?
Com o passar dos anos, as profecias de São Malaquias se tornou ainda mais discutida, principalmente nas redes sociais. Com a morte de alguns papas, como João Paulo 2º e Bento 16, várias previsões alegam que o próximo pontífice seria o último antes do fim do mundo.
A interpretação de alguns estudiosos, como o artigo publicado na organização Padre Paulo Ricardo, sugere que a frase “Pastor et Nauta” (Pastor e marinheiro) é um símbolo de um papa que será um grande viajante, o que corresponderia bem ao Papa João 23, que realizava várias viagens.
Além disso, a interpretação de que o “fim dos tempos” se aproxima é reforçada pelos dísticos “Fides intrépida” (Fé intrépida) e “Religio depopulata” (Religião devastada), que fazem alusão aos tempos de guerra e sofrimento que marcaram o século XX.
Essas análises geraram especulações de que, de acordo com a profecia, após a chegada de um último papa, identificado como “Pedro 2º“, o mundo enfrentará o Anticristo e, em seguida, a segunda vinda de Cristo.
Como a Igreja Católica enxerga as profecias de São Malaquias
A Igreja Católica não considera que as profecias de São Malaquias sejam reais – Foto: Canva/ND
A Igreja Católica não reconhece oficialmente as profecias de São Malaquias como parte da doutrina católica. Em entrevista à Folha de São Paulo, o teólogo Mateus de Santana indica que o texto não se trata de um documento canônico.
A igreja apenas considera como dogma aquilo que está em sintonia com a fé católica e aprovada pelo Vaticano.
Por isso, para que uma profecia ou revelação seja reconhecida pela Igreja, ela precisa passar por um processo rigoroso de investigação, o que inclui a avaliação de teólogos, canonistas e especialistas em saúde mental.
Somente após esse processo, que pode levar anos, é que uma revelação pode ser considerada para devoção pública, embora não se torne uma doutrina obrigatória para os fiéis.

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