Caso Thamily: investigação conclui que policial agiu em legítima defesa quando atirou na cabeça da estudante – Foto: Redes sociais/ND
A Polícia Civil de Santa Catarina divulgou, na tarde desta segunda-feira (28), o documento final de investigação sobre o caso da estudante Thamily Ereno, morta aos 23 anos, durante uma operação policial no bairro São Sebastião, em Criciúma.
O inquérito isenta de culpa a policial que baleou a estudante de odontologia na cabeça e declara que os agentes envolvidos na ação agiram somente em legítima defesa contra a ofensiva do motorista do carro que levava Thamily e seu namorado, alvo da operação policial.
Em nota, o delegado Túlio Magalhães Falcão relata que o motorista do carro, de 42 anos, será indiciado pelos crimes de tentativa de homicídio e resistência. A conclusão da polícia é de que a atitude do motorista levou uma policial que estava na operação a atirar contra o veículo, matando Thamily.
Em uma residência próxima ao local da morte da estudante, os policiais da Delegacia de Homicídios de Criciúma apreenderam o cartão de memória de uma câmera de vigilância.
O aparelho não monitorava imagens do ambiente, mas, conforme a polícia, foi possível capturar o áudio da abordagem. Ao analisar os dados, foi verificado que durante a abordagem os agentes deram ordens de “polícia” e “saia do carro”.
Polícia Civil declara que os agentes agiram em legítima defesa – Foto: Divulgação/PMSC/ND
Motorista teve a prisão revogada
O motorista de aplicativo chegou preso preventivamente, mas foi liberado. A Polícia Civil informou que o homem respondia a outro processo pelo crime de lesão corporal e de dano. Ele também teria, de forma proposital, jogado um carro que dirigia em cima de dois servidores municipais de Içara, em 2024.
Defesa do motorista de aplicativo diz que houve “articulação policial”
À época da prisão, a defesa do acusado enfatizou que ele realizava uma viagem para um casal e que “ao chegar ao destino, foram surpreendidos pelo que acreditaram ser um assalto, já que dois homens armados desceram de uma viatura descaracterizada e partiram em direção ao carro”.
A defesa ainda argumentou que o motorista, após ser encaminhado até a Delegacia de Polícia para prestar depoimento, “se viu envolvido em uma articulação policial que buscava colocar sobre si a responsabilidade de uma infundada tentativa de homicídio contra os agentes policiais”.
Relembre o caso da morte de Thamily Ereno
Os policias civis cumpriam um mandado de prisão, no dia 21 de março, contra um jovem, de 20 anos, companheiro da vítima, envolvido com crimes de tráfico de drogas e com organização criminosa. No momento da abordagem, o foragido estava dentro de um carro de aplicativo.
Conforme a Polícia Civil, o condutor do veículo não obedeceu à ordem de parada dos agentes e acelerou, em marcha ré, na direção dos policiais. Um disparo foi realizado e atingiu a cabeça da jovem, que recebeu atendimento médico no local e, posteriormente, foi encaminhada ao hospital, onde morreu dias depois.
Thamily Venâncio Ereno foi morta em operação policial – Foto: Redes sociais/ND