Polícia Civil abre inquérito e igreja afasta pastor suspeito de abusar de adolescentes em Piracicaba


Beijos e toques sem consentimento foram relatados por jovens de 13 e 17 anos. Instituição onde religioso atuava diz que também abriu uma apuração. Delegacia de Defesa da Mulher de Piracicaba
Fernanda Zanetti/ g1
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar um pastor evangélico suspeito de abusar de duas adolescentes, em Piracicaba (SP). Beijos e toques sem consentimento foram relatados por jovens de 13 e 17 anos. A igreja na qual o religioso atuava informou que o afastou.
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Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
“Diligências são realizadas visando o esclarecimento de todos os fatos. Demais detalhes serão preservados por estar em segredo de Justiça”, acrescentou a pasta.
Pastor é afastado
Também em nota, a Igreja do Evangelho Quadrangular de Piracicaba informou que tomou conhecimento das denúncias através da família de uma vítima. E que adotou as seguintes providências:
Como medida cautelar e preventiva, o pastor foi afastado de suas funções eclesiásticas e administrativas, tendo sido nomeado outro pastor em seu lugar;
A Secretaria Estadual de Ética e Disciplina da instituição instaurou processo administrativo disciplinar para apurar os fatos;
A igreja se propôs a oferecer para a família atendimento através de psicólogo.
A instituição também informou que se dispõe a colaborar com as investigações.
“É certo que repudiamos qualquer ato dessa natureza e concordamos que aqueles que o cometerem devam ser responsabilizados, respondendo o devido processo legal”, finaliza a nota, assinada por Paulo Nardino, advogado e secretário estadual de Ética e Disciplina da igreja.
O g1 não conseguiu contato com o suspeito ou seu advogado até a última atualização desta reportagem.
Delegacia da Mulher Piracicaba
Thomaz Fernandes/ g1
Entenda as denúncias
O primeiro caso foi denunciado pela mãe da vítima, que tem 13 anos. Ela relatou que, no dia 5 de abril, por volta das 20h, sua filha estava na igreja participando de um ensaio teatral. Em determinado momento, a adolescente se sentou em um canto, aparentando tristeza, com a cabeça baixa.
Nesse instante, o pastor se aproximou e iniciou uma conversa com a adolescente. Após ela concordar em conversar, ele a levou até o gabinete pastoral, que fica em uma sala fechada. No local, perguntou o motivo da tristeza e a jovem disse que estava desanimada e com vontade de sair da igreja.
O religioso, então, afirmou que esse tipo de sentimento era comum e começou a abraçá-la e a beijá-la no rosto, segundo o boletim de ocorrência.
Em seguida, também conforme a denúncia, ele segurou a jovem, virou o rosto dela em sua direção, encostou o nariz no dela e a beijou na boca. A adolescente, então, disse que estava na hora de retornar ao ensaio e os dois deixaram a sala.
Durante o ensaio, o pastor sentou ao lado da vítima e pediu seu número telefone, ainda de acordo com o registro policial. A adolescente respondeu que seu contato estava disponível no grupo da igreja no WhatsApp.
Então, segundo o BO, o pastor viu a foto de perfil da jovem e comentou: “nossa, você criancinha, que bonitinha”. Após isso, o ensaio foi encerrado e todos foram embora.
O caso foi registrado como estupro de vulnerável.
Outro caso
O segundo caso foi denunciado à Polícia Civil pela avó da vítima, que tem 17 anos. A avó relatou no boletim de ocorrência que, após outra pessoa da mesma igreja registrar ocorrência, a neta a procurou dizendo que teria sido vítima do mesmo homem.
Ela relatou que, em 5 de abril, a neta foi a uma vigília e, após isso, pegou uma carona com o pastor.
Então, ele teria estacionado o carro em um local escuro, logo após sair da Rua Dona Anésia e entrar na Rua da Colônia, e passado as mãos em suas pernas, além de tentar beijá-la e passar a língua em seu rosto.
O boletim de ocorrência deste caso foi registrado como não criminal.
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