Judson quando completou 150 jogos com a camisa do Leão – Foto: Fabiano Rateke/AFC/ND
Uma história marcante, dois acessos, 159 jogos e dois gols, se encerrou nesta quarta-feira. Judson não teve o contrato renovado e deixou o Avaí. O ‘motorzinho’ da Ressacada, que corria os 90 minutos e não parava, não ligará mais no sul da Ilha. Ele saiu do Leão, mas contou que o clube jamais deixará de fazer parte dele em entrevista exclusiva ao portal ND Mais.
Presente nos acessos de 2016 e 2018 e campeão catarinense em 2025, o volante teve o carinho da torcida e fortaleceu ainda mais os laços com a família por causa do clube. Depois de retornar em 2024, após cinco temporadas nos Estados Unidos, problemas físicos e um rendimento aquém do esperado pelo próprio jogador fizeram a ‘parceria’ chegar ao fim. Mas, segundo o atleta, sem mágoas.
“Eu sabia que era mais complicado não por esse início de ano, mas pelo ano passado que foi mais difícil de readaptação. Tive lesões que atrapalharam. Acho que essa não renovação é muito mais reflexo do ano passado do que desse ano. Por mais que tenha atuado nos dois primeiros jogos da Série B, sabia que a renovação era mais distante e eu entendo a diretoria que era o momento mesmo de encerrar o ciclo”, disse Judson.
O último dia no Leão foi nesta quarta (30), com treino no período da manhã, a pedido do próprio Judson, aos 31 anos, e voo com a família para o Rio Grande do Norte, mais precisamente para a cidade de Areias, de onde vai aguardar propostas para defender um outro clube.
“Foi um mix de sensação e sentimentos. Pedi para treinar de manhã porque meu voo estava marcado para a tarde e eles atenderam meu pedido, treinei e tive meu último contato com alguns colaboradores. Prepararam uma surpresa pra mim, junto com a minha família, e passaram um vídeo no telão da Ressacada. Muita gratidão a Deus pelo meu tempo de Avaí, foi um momento muito importante na minha vida e na minha carreira. É o clube que mais atuei e conquistei objetivos. Saio com a cabeça erguida e o coração em paz que no dia a dia fiz o meu melhor”, disse.
O ano de 2025 iniciou com pouco aproveitamento sob o comando de Enderson Moreira, mas com Jair Ventura o volante Judson entrou diante do Novorizontino e foi titular contra o Cuiabá.
“Fiz tudo que estava ao meu alcance para poder ter o meu melhor trabalho, mas às vezes não foi suficiente. E claro que tem outros profissionais que dentro de campo estão desempenhando trabalho de uma maneira excelente, como é o Zé Ricardo, o João Vitor, o JP, né? O próprio Barreto quando eu estava jogando. E eu acho que é muito mais merecimento deles do que negligência minha. Reconheço o quanto eles estão fazendo um ótimo trabalho”, comentou.
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Judson deve ser titular no jogo desta quarta-feira (28), contra o Barra – Vivi Marques/AFC
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Volante Judson em treinamento pelo Avaí – Sabrina Tavares/Avaí F.C
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Volante Judson em ação pelo Avaí – Frederico Tadeu/Avaí F.C.
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Judson volta para a segunda passagem no Avaí. – Divulgação
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Judson retorna ao clube após uma ótima primeira passagem – Leandro Boeira/Avaí F.C/ND
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Judson, um dos destaques do Avaí nesta Série B, está pendurado – Jorge Daux/Avaí FC/divulgação
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Judson, autor de um golaço, sai para o abraço – Jamira Furlani/Avaí FC/divulgação
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João Paulo (à dir.) sai para comemorar o gol com Judson e Alemão – Daniel Burigo/A Tribuna/divulgação/ND
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Volante Judson, que cumpriu suspensão em Salvador, retorna em duelo contra o São Paulo – André Palma Ribeiro/Avaí/Divulgação
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Judson foi um destaques na marcação do Avaí e cometeu três desarmes – Marco Santiago/ND
Veja a seguir alguns respostas de Judson sobre o clube.
Torcida de Judson pelo clube
“O Avaí tem mais um torcedor. Um não, vários, pois todos da minha família torcem pelo Leão. Minha gratidão à nação avaiana, que é maravilhosa e apoia o time e que cobra também. O clube tem um plantel excelente e tenho certeza que vão brigar pelo acesso e pelo título da Série B”.
Momento mais marcante no Avaí
Eu fico muito com o jogo do Londrina de 2016, foi o meu primeiro acesso, pelas circunstâncias que tinham naquele jogo e a importância que era. Eu ter entrado aos 25 minutos do primeiro tempo, fico com esse jogo. Tenho outros como o acesso de 2018, o primeiro jogo na Série A de 2017, o título do Catarinense, mesmo eu sendo expulso no banco de reservas. Esse título me faz sair com a sensação de dever cumprido, por mais que eu não tenha atuado no campo tanto quanto gostaria pude contribuir de fora com os meus companheiros. Tenho certeza que agreguei fora de campo. Sei que muitos torcedores o mais importante é dentro de campo, mas a semente que foi plantada fora foi reconhecida pelo pessoal e me deixa com o coração muito tranquilo.
Clube, família e cidade
“O Avaí foi muito importante para a minha família, Florianópolis é uma cidade maravilhosa e desde a minha chegada em 2016 a torcida me abraçou. O Avaí abriu as portas quando eu era uma aposta e ano passado quando eu estava voltando para o Brasil. O Avaí é o clube mais importante da minha carreira e da minha vida”.
Poderia render mais?
“Eu sempre falo muito em casa e com os meus amigos que eu queria ter rendido dentro de campo a mesma coisa que foi em 2018 ou muito mais. Eu jamais quis voltar aqui para defender a camisa do Avaí e manchar essa história que tenho no clube. Não é uma história tão grande, mas tenho uma história dentro do clube que jamais eu tinha intenção de manchar essa minha imagem com a instituição e com a torcida que sempre me apoiou e sempre me abraçou”.