Lutador de SC desbrava o boxe sem luvas e entra na guerra Ucrânia x Rússia

Djalma em luta de boxe sem luva em Kiev, na Ucrânia – Foto: Klan FC/Divulgação/ND
Lutar é o que todo lutador faz, mas as modalidades variam. No caso de Djalma Borges, de Florianópolis, que iniciou no taekwondo e se tornou referência no muay thai, a busca por uma categoria perfeita parece ter chegado aos 37 anos e é, se pensarmos de forma fria, no primeiro estilo que tem: sem luvas.
Djalma fechou contrato com a organização Klan FC, da Ucrânia, onde fez duas lutas neste ano: perdeu ambas por pontos. Em entrevista por telefone direto de Kiev, ele contou sobre a experiência do boxe sem luvas em uma região em que os esportes de combate têm bastante apelo.

“A luta na minha vida é o meu antidepressivo. Eu lutaria no Klan FC de graça, mas recebendo em dólar eu fico mais feliz ainda. E minha relação com o evento, além de profissional, é super harmoniosa. O nível é muito alto, tanto que a primeira luta perdi por interrupção médica e a segunda por pontos. Sai atrás no placar, mas eu vou virar esse jogo. Eles confiam no meu trabalho e isso me dá tranquilidade para trabalhar sem pressão”.
A oportunidade de lutar internacionalmente garante também um maior reconhecimento financeiro, até pela moeda que é acertada o valor da bolsa por luta.
“O contrato com o Klan FC me deu segurança de poder investir nos meus treinamentos e não perder dinheiro. Era acostumado com os eventos no Brasil que não pagam bem e, às vezes, gasta-se mais do que se ganha”.
Djalma tem contrato com o evento de boxe sem luva Klan FC em Kiev, na Ucrânia – Foto: Klan FC/Divulgação/ND
Lutador pronto pra guerra
Ucrânia e Rússia travam uma guerra desde 24 de fevereiro de 2022, quando o presidente russo Vladimir Putin anunciou o início da operação militar e cinco cidades ucranianas foram alvo de explosões, incluindo Kiev.
Com a passagem confirmada para a Ucrânia, contatos e com o país recebendo possíveis militares para a guerra de diversos países, com salário que pode chegar a R$ 26 mil segundo agências internacionais, Djalma se inscreveu e está no front de batalha para defender o país. Virou lutador, mas agora é na guerra.
“Quando saí do Brasil para fazer a segunda luta, viajei com o pensamento de lutar ao lado da Ucrânia na guerra. Eu gosto de estar no lado certo da história e sempre quis fazer algo de grande relevância para mim. Se eu voltar vivo da guerra, terei na minha história e no legado da minha equipe algo realmente extraordinário. E se eu não voltar, também terá valido a pena. A luta pela liberdade não tem preço. Eu penso dessa forma”.
Djalma Borges defende a Ucrânia na guerra contra a Rússia – Foto: Arquivo Pessoal/ND

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